A Executiva nacional do PSB aprovou um documento recomendando suas bancadas a votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, apesar dos apelos do ex-presidente Lula e do ministro da Advocacia Geral da União (AGU) , José Eduardo Cardozo, para que o partido se mantivesse neutro. Apesar de não fechar questão para os votos em plenário, foi fechado um pacto para que nesta segunda-feira (11) os quatro membros do partido votem a favor da admissibilidade na comissão processante. Quem não quiser votar a favor será substituído pelo suplente.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira , disse que o partido não tem tradição de fechar questão e, embora equivocada, respeita a decisão da minoria que é contra o impeachment, entre eles os senadores Lídice da Mata (BA) e João Alberto Capiberibe (AP).
“Temos relatos de muitos companheiros que estão sofrendo uma pressão muito grande do governo para que o PSB aprove a posição de neutralidade. Mas achamos que um partido político não pode ser neutro diante de tamanha gravidade da situação do país. Portanto, a decisão amplamente majoritária é no sentido dos deputados votarem a favor do impeachment na comissão e no plenário. Temos tradição de respeitar as minorias, mas a recomendação é votar sintonizado com as ruas e a sociedade”, disse Siqueira.
O líder da bancada, Fernando Coelho (PE), foi instruído a enquadrar o deputado Bebeto (BA), que resiste a votar pelo impeachment na comissão, por suas ligações com o ministro Jaques Wagner. Se ele decidir votar contra, será substituído pelo suplente.
Antes da aprovação do documento na reunião interna da Executiva, Bebeto sai para telefonar para um interlocutor e avisou: “Então me retiram e eu crio um fato político”, confidenciou o socialista baiano.
Na reunião, Bebeto ouviu um recado duro do vice-presidente Beto Albuquerque. “Se está pipocando e não tem coragem de votar com o partido, sai que o suplente vota e vai se explicar para as ruas. O pacto é que os quatro votem a favor do impeachment na comissão”, disse Albuquerque.