Coleção
Veja algumas das denúncias envolvendo o nome do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), favorito para assumir a presidência do Senado amanhã:
No fim de 2007, Renan renunciou à presidência do Senado para evitar ser cassado devido ao escândalo envolvendo a jornalista Mônica Veloso. Na época, foi revelado que o senador teve despesas pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Entre as contas pagas pelo lobista estava a pensão da filha que Renan teve com Mônica. No fim da semana passada, o procurador-geral da República apresentou denúncia ao STF contra Renan por ele ter usado notas supostamente frias para comprovar que tinha renda suficiente para pagar a pensão.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo da semana passada revelou que o senador teria usado sua influência em Alagoas para beneficiar a Construtora Uchôa do irmão de Tito Uchôa, apontado como laranja do peemedebista em contratos do programa Minha Casa, Minha Vida.
Na edição do último fim de semana, a revista Época trouxe mais uma denúncia contra o senador. De acordo com a publicação, investigações da Polícia Federal indicam que pessoas próximas a Renan teriam recebido propina da empresa Gautama, do empresário Zuleido Veras preso em 2007 durante a Operação Navalha.
A revista Época revelou na edição de 19 de janeiro que o senador destinou recursos públicos para uma empresa ligada a uma das funcionárias de seu gabinete. De acordo com a publicação, Renan e o seu filho, o deputado federal Renan Filho (PMDB-AL), pagaram R$ 110 mil para o Ibrapre. O dinheiro saiu da verba de gabinete a que cada parlamentar tem direito. O Ibrape pertence ao marido da secretária de Renan em seu escritório em Maceió.
Às vesperas da eleição para a Mesa Diretora, senadores do PSB que compõe a base do governo federal divulgaram nota ontem em que defendem que o PMDB escolha um candidato à presidência da Casa capaz de "recuperar a credibilidade" do Legislativo. O grupo de quatro senadores afirma que, além de uma plataforma de trabalho que resgate a imagem do Senado, o novo presidente precisa representar o "ideal de renovação". O texto é um recado para que os peemedebistas não formalizem a indicação de Renan Calheiros (PMDB-AL) para disputar o cargo. Renan é alvo de uma série de suspeitas (veja abaixo).
A bancada do PMDB se reúne hoje para formalizar o nome de Renan, que ainda não se declara candidato. O líder do PMDB é favorito para ganhar as eleições. Isso porque, um acordo entre os partidos divide os cargos da Mesa Diretora do Senado de acordo com o tamanho de cada bancada. Como tem o maior número de senadores, o PMDB fica com a presidência da Casa cabendo ao partido indicar o seu candidato.
Embora a nota do PSB não mencione o nome de Renan, senadores do partido admitem votar contra o peemedebista na eleição para a presidência do Senado, marcada para amanhã. "Para bom entendedor, meia palavra basta. Não é apenas a questão do nome [do Renan], mas de todo o processo de escolha do candidato. Estamos há dois dias das eleições, o PMDB quer escolher o seu nome apenas na quinta-feira. Vamos como carneiros para essa discussão?", questionou a líder do PSB, senadora Lídice da Mata (BA).
Além de Lídice, assinam a nota Rodrigo Rollemberg (DF), Antônio Carlos Valadares (SE) e João Capiberibe (AP). Segundo a senadora, a bancada vai votar "unida" no novo presidente.
O partido espera que o PMDB escolha outro nome, mas cogita apoiar um senador "independente" se Renan for mantido na disputa pelos peemedebistas. O nome mais cotado para ser o candidato dos chamados independentes é Pedro Taques (PDT-MT).
Tucanos
A bancada do PSDB no Senado também cogita a possibilidade de votar em Taques. Os tucanos se reúnem hoje para decidir qual posicionamento o partido tomará em relação à eleição da Mesa Diretora. Nesta semana, o senador Aécio Neves (MG) disse que seria melhor que o PMDB escolhesse outro nome para a presidência da Casa, mas ainda não há uma definição de qual rumo a legenda tomará.
Além de cogitar apoiar Taques, os tucanos ainda estudam optar pela abstenção. O terceiro caminho seria votar em Renan e ignorar as séries de escândalos envolvendo o peemedebista. O receio dos tucanos de não apoiar o líder do PMDB é perder por conta do critério da proporcionalidade das bancadas a primeira-secretaria, espécie de prefeitura da Casa.
Peemedebista fez lobby para anistia de aliados
Da Redação
O peemedebista Renan Calheiros teria feito lobby para agilizar processos de aliados políticos na Comissão de Anistia, órgão vinculado ao Ministério da Justiça que julga pedidos de indenizações a pessoas perseguidas pela ditadura militar. A denúncia foi publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo. A mesma reportagem diz que o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), favorito para presidir a Câmara, adotou prática igual a de Renan.
Nove processos já foram deferidos e outros três tiveram o pedido negado. Segundo o jornal, os dois parlamentares pediram que 17 casos fossem analisados de forma prioritária pela Comissão. Desses, dez foram para filiados a partidos aliados principalmente o PMDB. Documentos obtidos pela publicação mostram que um dos beneficiados pelo pedido de Renan promete ajuda política em troca do favor.
Defesa
Eduardo Alves (PMDB) negou irregularidades nos procedimentos na Comissão de Anistia. Por meio de sua assessoria, ele informou à Folha de S.Paulo que "enviou dezenas de correspondências para todos os órgãos, cumprindo seu dever de parlamentar, e de líder da bancada". Renan, por sua vez, não se pronunciou sobre o caso.
O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, informou que é normal receber cartas de políticos pedindo que haja prioridade a processos de anistia.
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