A oposição terá um reforço no Congresso no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). O PSB, ex-aliado que deixou a base de apoio da petista para lançar candidatura própria em 2014, promete caminhar de forma "independente" nos próximos quatro anos, mas com postura de oposição contra o governo petista. A ideia é reforçar o partido como uma terceira via. O partido reuniu nesta terça-feira (4) suas bancadas na Câmara e no Senado para discutir os caminhos a serem seguidos após a disputa eleitoral. No Senado, os pessebistas prometem fazer oposição ao governo Dilma, mas sem aderir aos atuais partidos que confrontam a gestão petista.
A ideia é fazer uma "oposição independente", com o objetivo de confirmar a sigla como alternativa para a população --já de olho nas eleições de 2018."Nossa posição é de independência. Não vamos ser governo, mas também não vamos estar alinhados ao PSDB", disse o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
Na Câmara, a promessa é integrar os quadros da oposição de forma mais enfática que no Senado. "Enfrentamos o processo eleitoral na oposição e vamos seguir na oposição. Agora, queremos reforçar nossa postura de terceira via, não vamos fazer oposição por oposição", afirmou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi vice na chapa de Marina Silva (PSB), terceira colocada na disputa presidencial.
Segundo os pessebistas, Marina não será consultada sobre a atuação parlamentar da legenda. A expectativa é que ela deixe os quadros da sigla para manter o projeto de criação de seu partido, a Rede.
No Congresso, o PSB discute a formação de um bloco com partidos da oposição para lançar a candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB) para a Presidência da Câmara. Ele disputaria com o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que se coloca como pré-candidato.
No Senado, a tendência é de que os seis pessebistas também sejam liberados para costurar uma candidatura alternativa ao comando da Casa. O PSB vai anunciar sua posição definitiva depois da reunião da Executiva Nacional, que deve ocorrer até 17 de novembro.
Até lá, a ordem na sigla é ampliar as conversas para unificar o partido, que se considera fortalecido depois de lançar candidato próprio à Presidência da República.
O partido deixou a base de apoio de Dilma em 2013, depois que Eduardo Campos decidiu sair candidato ao Palácio do Planalto. Com a morte do ex-governador de Pernambuco em um acidente aéreo, a sigla manteve a candidatura contra Dilma, desta vez com Marina Silva. Derrotada no primeiro turno, a candidata do PSB declarou apoio a Aécio Neves (PSDB), um dos principais nomes da oposição ao PT no Congresso.
A decisão ocorreu com o apoio da sigla, mas promoveu um "racha" no PSB. O ex-presidente Roberto Amaral manteve seu apoio a Dilma, posição contrária ao que à da maioria de seus integrantes.
Câmara aprova regulamentação de reforma tributária e rejeita parte das mudanças do Senado
Mesmo pagando emendas, governo deve aprovar só parte do pacote fiscal – e desidratado
Como o governo Lula conta com ajuda de Arthur Lira na reta final do ano
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Deixe sua opinião