PSD entra com ação e ameaça diplomação do Professor Lemos em Cascavel

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Após a cassação do prefeito de Cascavel, Edgar Bueno (PDT), e a posse do presidente da Câmara de Vereadores, Márcio Pacheco (PPL), o próximo passo do conturbado início de ano político na cidade será a diplomação do deputado professor José Lemos (PT), segundo colocado nas eleições de 2012. A diplomação, no entanto, está ameaçada por uma ação impetrada nesta terça-feira (28) pelo ex-candidato a prefeito Jorge Lange (PSD) que pediu à Justiça Eleitoral o cancelamento do ato em função de irregularidades nas contas de campanha de Lemos. Na segunda-feira (27), o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) reprovou as contas do ex-candidato.

Lange disse que espera a aceitação dos argumentos colocados na ação e consequentemente que a diplomação seja cancelada. "Se assim for teríamos o primeiro passo para pedir novas eleições em Cascavel, deixando que o povo democraticamente, através do voto, escolha seu prefeito", afirmou. Para ele uma cidade com mais de 300 mil habitantes não pode aceitar um "prefeito que seja nomeado".

A reportagem não conseguiu localizar o professor Lemos para comentar sobre a ação impetrada por Lange. Até o fechamento deste texto o telefone celular dele estava desligado.

A terça-feira foi de mudanças na prefeitura. Pela manhã, o prefeito interino, que havia anunciado a demissão dos principais assessores de Bueno, apresentou os nomes de quatro novos secretários ao qual ele se referiu como "Conselho de Transição". A equipe é composta de três advogados e um jornalista. Pascoal Muzeli Neto assumiu a Secretaria de Assuntos Jurídicos e Administração. Michel Aron Platchek foi nomeado para responder pelas secretarias de Governo e de Finanças. Otto Reis responderá interinamente pela Secretaria de Obras Públicas e Jefferson |Lobo ficou responsável pela Comunicação Social.

Um dos primeiros atos de Pacheco como prefeito interino foi retirar de pauta os 13 projetos enviados pelo prefeito cassado à Câmara de Vereadores. Durante a tarde, os assessores do novo prefeito fizeram um levantamento da situação econômica do município. "São medidas sensatas e razoáveis. Para governar, mesmo que por algumas horas ou dias, precisamos estar cercados de pessoas de nossa inteira confiança", destacou Pacheco. Os quatro secretários nomeados por Pacheco trabalham na Câmara de Vereadores.

Manifestação

O prefeito cassado de Cascavel, Edgar Bueno (PDT), participou na noite desta terça-feira de uma manifestação de apoio a ele em frente à prefeitura. Cerca de 300 pessoas, boa parte composta de assessores e apoiadores de campanha, participaram do protesto. Bueno fez sérias críticas ao deputado estadual José Lemos (PT), que por decisão da Justiça deverá ocupar a cadeira, e ironizou o prefeito interino Márcio Pacheco (PPL), que segundo ele é "inquilino" da prefeitura.

Bueno disse não ser apegado ao poder, mas que a vitória nas eleições de 2012 foi legítima e precisa ser respeitada. "Saímos com a cabeça erguida e o nosso eleitor não tem vergonha de dizer que votou em nós", afirmou em tom de discurso eleitoral. Ele diz acreditar que reverterá a situação a seu favor com uma liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que é preciso restabelecer a ordem política, social e econômica em Cascavel.

Bueno também atacou o presidente da Câmara, Márcio Pacheco, que ocupa o cargo de prefeito interinamente. Ele disse que Pacheco foi deselegante ao demitir os secretários durante o rápido discurso de posse. Segundo ele, o discurso de Pacheco foi pequeno "porque quando a gente entra pelas portas do fundo não tem muito a dizer".

O prefeito cassado terminou o discurso conclamando a população a continuar se manifestando. Pacheco lamentou as declarações de Bueno que, segundo ele, não acrescentam nada.