O recém-criado PSD, do prefeito Gilberto Kassab, tornou-se um partido estratégico para os três potenciais candidatos principais à Presidência em 2014: a presidente Dilma Rousseff, do PT, que vai disputar a reeleição; o senador Aécio Neves, do PSDB, já lançado à disputa pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, que estuda a possibilidade de brigar também pelo posto.
O PSD - que, segundo o próprio Kassab, não é "nem de esquerda, direita ou centro" - tem vínculos com todos os principais partidos que vão para a disputa daqui a dois anos. Kassab mantém-se próximo da presidente Dilma Rousseff, de Aécio Neves e de Eduardo Campos. Mas, por ter oferecido um ministério ao partido - por enquanto a ainda não criada Secretaria das Micro e Pequenas Empresas -, a presidente Dilma ganhou a dianteira na disputa. "Eu diria que, nesse momento, a tendência é ficarmos com a presidente Dilma", disse o líder do partido na Câmara, deputado Guilherme Campos (SP).
Outros parlamentares do PSD, no entanto, afirmam que os três candidatos podem ganhar a adesão da nova legenda. Lembram, por exemplo, que o PSB de Eduardo Campos foi de importância fundamental para a criação do novo partido, principalmente em Estados do Sul e no Nordeste. Portanto, a gratidão permanece e não será surpresa se, numa eventual candidatura do governador de Pernambuco, o PSD venha a marchar com ele. E com o PSDB eles sempre trabalharam juntos com Aécio Neves e com o ex-governador José Serra.
Já Dilma Rousseff não quer perder tempo. No dia 29 ela recebeu o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), no Palácio do Planalto, juntamente com Gilberto Kassab. Na reunião, Dilma reiterou o convite para que o PSD passe a integrar sua base aliada - oferecendo, em troca, um ministério -, e consultou Afif Domingos sobre uma lei aprovada pelo Congresso que determina a discriminação na nota fiscal dos impostos pagos pelo contribuinte. A presidente disse a Afif Domingos que a opinião dele era muito importante para a decisão.
De acordo com informação de petistas que têm conversado com Dilma sobre o quadro partidário e sobre 2014, a presidente trabalha com a possibilidade de Eduardo Campos entrar mesmo na disputa à Presidência daqui a dois anos. Em uma conversa que ela teve um grupo de petistas, Dilma comentou: "O Eduardo gosta muito do presidente Lula e da gente, de forma individual, mas não gosta de nossa família (o PT)". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.