O PSDB reagiu ontem ao pronunciamento de rádio e televisão da presidente Dilma Rousseff, que anunciou na quarta-feira uma redução maior na tarifa de energia. Segundo os tucanos, a petista cometeu a "mais agressiva utilização do poder público" para lançar sua candidatura à reeleição.
Segundo nota divulgada pelo presidente tucano, deputado Sérgio Guerra (PE), Dilma faltou com a verdade ao longo dos mais de oito minutos de fala, ultrapassou "um limite perigoso para a sobrevivência da jovem democracia brasileira" e dividiu o Brasil entre "nós e eles".
Em sua fala, a presidente qualificou os críticos de pessimistas. "Os últimos anos o time vencedor tem sido dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história", disse Dilma.
Guerra afirmou que houve a promoção pessoal e política da presidente, afrontando "os fundamentos do Estado democrático".
"O conceito de República foi abandonado. A chefe da Nação, que deveria ser a primeira a reconhecer-se como presidente de todos os brasileiros, agora os divide em dois grupos: o nós e o eles. O dos vencedores e o dos derrotados. Os do contra e os a favor."
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também emitiu nota com crítica ao pronunciamento de Dilma. Provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, Aécio acusou a presidente de usar a máquina pública para fazer campanha política. Ele ainda disse que o pronunciamento comprova que a petista "mistura o público com o particular".
Resposta
Em resposta às críticas dos tucanos, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Virgílio Guimarães (CE), saiu em defesa do pronunciamento da presidente. O petista disse a reação do PSDB foi motivada porque "faltam à oposição propostas para o país e sobra a surrada opção de distorcer e manipular os fatos".
Guimarães ainda alfinetou os tucanos lembrando o apagão que afetou o país no governo Fernando Henrique Cardoso. "Dilma tem o que mostrar, ao passo que o PSDB nos oito anos em que esteve à frente do governo federal deixou como legado a façanha de quebrar o país três vezes e provocar um apagão de mais de um ano, levando o Brasil de volta à era das lamparinas."
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