Cada vez mais incomodado com o debate promovido por aliados do governo para garantir um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), um dos tucanos que estavam à frente das negociações sobre a prorrogação da cobrança da CPMF, ameaça interromper o diálogo com o governo e levar sua bancada a votar contra a proposta de emenda constitucional (PEC).
O Palácio do Planalto terá pouco tempo para contornar essa crise com os tucanos, cujos votos são essenciais para a aprovação da CPMF. O governo apresenta nesta segunda uma proposta formal. E Virgílio convocou um almoço com a bancada tucana para terça-feira, quando a executiva nacional do partido também deverá tentar unificar o discurso sobre o assunto numa reunião marcada para as 19h.
" Se a votação da CPMF fosse hoje, nosso voto seria contra "
- Se a votação da CPMF fosse hoje, nosso voto seria contra. As respostas do governo no campo político são péssimas e no campo econômico, nada concretas. Estou disposto a detonar o acordo e acabar logo com essa brincadeira. E não achem que vou permitir que a bancada saia rachada - avisou Virgílio.
O líder tucano não disfarça sua irritação especialmente com a falta de uma reação mais contundente de Lula em relação à iniciativa de um de seus amigos mais próximos, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), de levar adiante a tramitação de uma PEC que garantiria ao presidente disputar um novo mandato em 2010.
- Só um idiota não vê, e eu não sou um idiota, que está em curso uma manobra para garantir um terceiro mandato para Lula. Até agora, não vi o presidente dizer que tem nojo disso nem tomar alguma atitude para impedir essa articulação. Mesmo porque todo dia tem um aliado dele defendendo essa idéia - acrescentou.
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