O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), disse nesta segunda-feira que o partido vai apresentar na quarta-feira emenda propondo o reajuste do salário mínimo para o valor de R$ 600. O tucano, contudo, admitiu a dificuldade de a proposta obter sucesso na votação. Após um encontro com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), Nogueira falou em "coerência" e afirmou que espera que a bancada tucana adote um posicionamento único em relação ao mínimo.

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A legenda se divide entre posições já manifestadas pelo senador Aécio Neves e pelo ex-governador de São Paulo, José Serra. O tucano mineiro acha que é possível e há espaço para um reajuste maior do que o valor de R$ 545, proposto pelo governo, mas não encampa o valor de R$ 600, defendido por Serra.

"Nós na campanha eleitoral apontamos que o salário mínimo de R$ 600 era possível. Entendemos, nesse momento, com os argumentos técnicos, sem desequilíbrio do Orçamento da União, que há uma margem por subestimativa da receita da Previdência de poder dar o salário mínimo de R$ 600", afirmou o líder tucano. "Sabemos que dificilmente haverá, pela pressão do governo, viabilidade na vitória desses R$ 600, todo mundo já está percebendo isso. Mas isso não tira a nossa capacidade e ao mesmo tempo o nosso empenho de mostrar que é possível."

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Conforme o líder tucano, caso a emenda seja derrotada, o partido vai lutar para que o aumento do salário mínimo "seja o maior possível, além dos R$ 545". Questionado se a bancada do PSDB vai unida para a votação, Nogueira não foi categórico: "Eu espero que sim."

Aécio, depois também de se reunir com Anastasia, disse na última sexta-feira que o PSDB iria se reunir no início desta semana para tirar uma posição convergente no Congresso em relação ao reajuste do valor do salário mínimo. O senador mineiro propõe "um caminho mais prudente" e um acordo com dirigentes de centrais sindicais, em especial da Força Sindical.

Para Nogueira, o PSDB "pode se dar ao luxo" de ter opiniões divergentes em alguns temas. Ele disse que a proposta de R$ 600 tem o apoio do DEM e seu papel é promover o debate. "O que é melhor para que a gente possa defender com garra e com coerência o que a gente está pregando."

Após a audiência no Palácio Tiradentes, o deputado paulista pregou a necessidade de uma oposição "dura", mas também "responsável" e "qualificada". O líder do PSDB na Câmara disse ainda que a discussão sobre a candidatura presidencial em 2014 deve ocorrer "no tempo adequado, para que o carro não fique na frente dos bois". Também se esquivou da polêmica envolvendo uma suposta candidatura natural do partido. "A candidatura natural é aquela que ocorre dentro do partido por convergência. Falar de candidatura natural nesse momento não é natural."

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