Atualizado em 11/01/07, às 15h55

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A bancada do PSDB na Câmara decidiu apoiar o petista Arlindo Chinaglia (SP) para a presidência da Casa. A decisão dos tucanos praticamente decide a eleição em favor do líder do governo, que já conta com o apoio formal do PT e do PMDB , os dois maiores partidos. O PSDB terá a terceira maior bancada na Câmara, a partir de fevereiro.

A consulta preliminar do PSDB à sua bancada na Câmara sobre a presidência da Casa acabou no início da tarde desta quinta-feira, com 90% dos 66 deputados se manifestando pelo respeito à proporcionalidade dos partidos na indicação do sucessor de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato à reeleição. A avaliação é que quase 50 deputados expressaram claramente a preferência pela candidatura de Chinaglia.

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Por volta das 15h, Chinaglia vai embarcar com Sebastião Madeira (PSDB-MA) e Eduardo Gomes (PSDB-TO) para encontrar com o líder tucano, Jutahy Magalhães (BA) em Vitória. A viagem servirá como ato de campanha para formalizar o anúncio de apoio do PSDB à candidatura do petista.

- Ou o PSDB tomava agora essa decisão ou perdia força nessa disputa e se prejudicaria. Quem se precipitou foi o PMDB quando lançou sua posição. O PSDB teve que se precipitar também. A decisão pela proporcionalidade nos deixa a coerência. Usamos desse critério para eleger o Aécio (Neves, governador de Minas Gerais e ex-presidente da Câmara) - disse Eduardo Gomes, um dos articuladores da consulta.

O grupo de Chinaglia avalia que com a adesão dos tucanos, a candidatuara do líder do governo está consolidada.

Aldo já tinha conseguido apoio de alguns caciques importantes do PSDB, como Fernando Henrique Cardoso e o conterrâneo Teotônio Vilela Filho, governador de Alagoas. Mas, para evitar pressões, o líder Jutahy Magalhães resolveu, de quarta para quinta-feira, fazer uma consulta só com os deputados, sem consultar a executiva nacional e os governadores tucanos. Ele quis fazer uma avaliação individual com todos os deputados da bancada.

ONG mostra que governo liberou mais verba para oposição

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Na quarta-feira, um dia depois de a oposição acusar o governo de liberar verbas para parlamentares do PMDB em troca de apoio à candidatura de Chinaglia, a ONG Contas Abertas publicou em seu site um levantamento mostrando que nos últimos 20 dias o governo federal empenhou R$ 34,4 milhões em emendas de parlamentares do PSDB e do PFL. O valor empenhado (compromissado para posterior pagamento) para os dois partidos corresponde a 36,5% do valor global empenhado nas emendas individuais.

Como a liberação de emendas num valor tão expressivo para a oposição não é comum, a ONG sugere que isso pode confirmar os rumores de atuação do governo em prol de Chinaglia, que não tem bom trânsito na oposição. No período de 16 de dezembro a 5 de janeiro, as emendas parlamentares empenhadas favoreceram, principalmente, aos políticos do PSDB, que receberam R$ 19 milhões, seguidos pelos do PFL, com R$ 15,4 milhões. Bem atrás estão os do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com R$ 13 milhões, e os do PMDB, com R$ 11,6 milhões. Parlamentares de outros partidos receberam R$ 35,1 milhões dos R$ 94,3 milhões empenhados.

Tarso: Para o governo, tanto faz Aldo ou Chinaglia

Outros partidos devem tomar posições semelhantes, dando a candidatura do petista como fato consumado. Entre os partidos que devem se posicionar na próxima semana estão o PP, o PR (ex-PL) e o PTB. Com isso, Aldo ficaria isolado.

Outros partidos devem tomar posições semelhantes, dando a candidatura do petista como fato consumado. Entre os partidos que devem se posicionar na próxima semana estão o PP, o PR (ex-PL) e o PTB. Com isso, Aldo ficaria isolado.

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O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, por sua vez, negou nesta quinta-feira que o governo esteja trabalhando nos bastidores para a vitória de Chinaglia. Segundo o ministro, o governo não tem preferência pelo petista ou pelo atual presidente da Câmara e não está interferindo na campanha. Tarso garantiu que o governo não vai pedir a Aldo Rebelo que retire sua candidatura, mas reiterou que chegará um determinado momento em que o governo vai manifestar sua opinião sobre qual candidato tem maior potencial eleitoral.

Aldo, que resolveu disputar a presidência da Câmara após um pedido do próprio Lula no ano passado, já mandou diversos recados ao presidente: não quer nenhum emissário do Palácio do Planalto tentado convencê-lo a retirar sua candidatura.

Na quarta, demonstrando a irritação, Aldo criticou a tentativa dos aliados de seu adversário de pressioná-lo. O deputado comunista afirmou que seus adversários querem ganhar a disputa por WO - ou seja, por desistência.