O PSDB do Ceará, que já foi o maior partido do Estado sob a liderança do ex-senador Tasso Jereissati, perdeu na semana passada seus três últimos deputados estaduais.
De partido com as maiores bancadas, chegando a 12 dos 22 deputados federais cearenses e a 21 dos 46 deputados estaduais em 1998, hoje resta somente um deputado federal: Raimundo Matos.
Os três últimos tucanos da Assembleia Legislativa aproveitaram o troca-troca partidário dos últimos dias e debandaram, argumentando que precisavam sair do PSDB por "sobrevivência política".
A preocupação deles era que o PSDB não conseguisse alcançar o quociente eleitoral, número mínimo de votos necessário à legenda ou à coligação para obter cadeiras nas eleições proporcionais (deputados estaduais e federais).
Fernando Hugo foi para o Solidariedade. João Jaime e Teo Menezes escolheram o DEM. A expectativa é que esses dois partidos estejam alinhados com o grupo do governador Cid Gomes (Pros) na eleição, facilitando a atração de votos.
"Minha permanência tornou-se inviável, visto que comprometeria minha reeleição a deputado estadual", afirmou João Jaime ao anunciar a desfiliação. Fernando Hugo, por sua vez, definiu a migração como um "ato de preservação e sobrevivência da minha vida política".
Também pesou para as desfiliações a incerteza em relação a uma candidatura do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) em 2014. Ele era visto como a única figura capaz de dar novo fôlego político ao PSDB cearense, mas reluta em se candidatar. Na quinta-feira, Tasso afirmou que seria "retrocesso" uma candidatura ao governo estadual, mas disse que decidirá no próximo ano sobre uma eventual disputa ao cargo de senador.
Ao anunciar a filiação de cerca de 30 médicos ao PSDB, o ex-senador disse que o partido precisa de "gente nova" e desejou "boa sorte" aos que saíram. "Vamos começar tudo de novo", disse.
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