A corrida de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República enfrenta um novo desentendimento entre membros do núcleo principal de sua campanha. O PFL do Rio de Janeiro está incomodado com a tentativa de aproximação de tucanos com o grupo do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) e pode afastar-se do candidato caso a aliança informal seja realmente sacramentada.
O prefeito do Rio, César Maia, adversário político da família Garotinho, que governa o estado, deixou claro seu descontentamento com a aproximação e alertou para as consequências do que chamou de "beijo da morte''. Garotinho, com uma base eleitoral cobiçada por qualquer candidato, ainda não declarou apoio nesta eleição.
Nesta terça-feira, Alckmin não confirmou aliança com Garotinho, mas demonstrou interesse pelos votos do peemedebista. A cúpula da campanha de Alckmin está de olho nos votos do Rio, Bahia e Minas Gerais, três dos cinco maiores colégios eleitorais do país e locais onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as pesquisas de opinião. Apenas nesta semana, Alckmin reservou espaço em sua agenda para fazer duas visitas ao Rio e duas a Minas. A estratégia é centrar fogo nos estados onde o candidato tucano conta com considerável margem de crescimento para compensar o fraco desempenho na região Nordeste, reduto eleitoral de Lula.
O conselho político da campanha do tucano se reúne nesta quarta-feira em Brasília, após a inauguração do comitê oficial. Além dos conselheiros regulares, o encontro contará com a presença de César Maia, que trará sua lista de reclamações aos aliados, e do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), convidado pelo PSDB para fazer análise do desempenho de Alckmin. O convite a ACM, desafeto do presidente do partido, Jorge Bornhausen (PFL-SC), gerou constrangimento interno na semana passada, mas sua presença nas reuniões semanais do conselho teve de ser "engolida'' nas palavras de um colega de partido, para evitar mais briga "dentro de casa''.
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