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Luciano Ducci: decisão demorou, mas pelo menos foi acertada. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Luciano Ducci: decisão demorou, mas pelo menos foi acertada.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Deputados

Na Alep, partido do prefeito se declara independente

Se no plano municipal PSB e PSDB continuam aliados inseparáveis, o mesmo parece não estar ocorrendo na esfera estadual. Ontem, o deputado Leonaldo Paranhos (PSC), líder do bloco PSB-PSC-PRB na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), revelou que o grupo vai se declarar independente na próxima semana. Segundo ele, a decisão não significa ser "menos governo e mais oposição". "Votar cabresteado é ruim. Um parlamentar não pode abrir mão de sua liberdade. Isso não é ser base, é ser refém", defendeu.

Segundo-secretário da Casa, Reni Pereira (PSB), disse que o bloco nunca se colocou – nem tem interesse de se colocar – contra o governo. Apesar disso, defendeu que o grupo merece distinção como terceira maior bancada da Assembleia. "Já dissemos ao governador que, quando precisar de nós, se dirija diretamente ao bloco, sem intermediários", revelou. Questionado sobre o que seria atuar de forma independente, Reni disse que significaria "votar a favor no que for bom para o Paraná e contra quando for preciso".

No dia seguinte ao PSDB voltar a ter oficialmente um diretório municipal em Curitiba, os tucanos revelaram os termos da negociação com o PSB, do atual prefeito Luciano Ducci, para as eleições do ano que vem. Pelo acordo, o PSDB – mais precisamente o governador Beto Richa – indicará o candidato a vice na tentativa de Ducci de se reeleger. Na eleição para vereador, os dois partidos vão se coligar. Essa foi uma exigência dos tucanos, que, sem um nome da legenda como candidato a prefeito, temiam que a bancada diminuisse na Câmara Municipal.

A indefinição em torno do posicionamento tucano nas eleições municipais de 2012 vinha desde março, quando o diretório do PSDB de Curitiba sofreu uma intervenção do comando estadual do partido. Isso porque a legenda vivia a iminência de um racha interno: de um lado, o ex-deputado federal Gustavo Fruet pretendia se lançar candidato a prefeito; do outro, o então presidente do partido na capital, vereador João Cláudio Derosso, trabalhava para ser vice de Ducci. A divergência culminou na saída de Fruet do PSDB.

Acordo

Com a escolha do presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, para a presidência do diretório provisório do PSDB em Curitiba, os tucanos entraram em acordo com o PSB sobre as condições da disputa eleitoral do ano que vem. A principal delas é a indicação do candidato a vice de Luciano Ducci. Questionado sobre eventuais nomes, o secretário da legenda na capital, deputado estadual Mauro Moraes, evitou dar palpites, mas destacou que a decisão final caberá ao governador. "O Beto já deve ter na cabeça o nome de sua preferência, mas precisamos que seja alguém com perfil político para somar votos", afirmou.

Já a coligação na disputa à Câmara de Vereadores se justifica porque os tucanos acreditam que os eleitores tendem a votar em candidatos a vereador do mesmo partido do candidato a prefeito que escolheram. O PSDB temia perder a maior parte das 14 cadeiras que tem hoje no Legislativo municipal. "Nossa luta é para não perder vereadores. Com o chapão, tenho certeza que atingiremos esse objetivo", afirmou Moraes.

A incerteza, porém, recai sobre Derosso, que, em meio à denúncias de irregularidades na presidência da Câmara, ainda não decidiu se tentará a reeleição. Indagado sobre a ausência do parlamentar na direção do PSDB da capital, o vice-presidente estadual da legenda, deputado estadual Valdir Rossoni, foi evasivo. "Foi definido pelo diretório. Está resolvido", limitou-se a dizer.

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