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Depois de unificar o discurso dos 27 diretórios estaduais do PSDB em torno de sua candidatura à Presidência, o senador Aécio Neves (MG) enfrenta agora o desafio de montar palanques para disputar o Palácio do Planalto em Estados onde o partido têm uma estrutura frágil.

A principal preocupação da executiva nacional está nos locais em que o PSDB não conta com nomes competitivos para a disputa majoritária e tende a se coligar com partidos da base da presidente Dilma Rousseff para sobreviver. Nesses Estados, Aécio corre o risco de ficar sem capilaridade local, tempo na TV e palanque. "Estamos cobrando desempenho e engajamento de todos os diretórios na campanha nacional", diz o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), secretário-geral do PSDB e principal responsável pelo "mapa" político tucano.

Levantamento feito pela reportagem mostra que em nove Estados os tucanos ensaiam entregar seu tempo de TV na propaganda eleitoral para legendas que, na disputa nacional, vão apoiar a reeleição de Dilma.

A cúpula do PSDB dá como certo que contará com 13 candidaturas próprias a governador, mas pressiona dirigentes locais para ampliar esse número. Dos nove Estados onde os tucanos se articulam com partidos da base de Dilma, dois - Bahia e Rio Grande do Sul - são tratados como exceções.

No primeiro caso, o PSDB se aproxima do ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, presidente do PMDB baiano. Contrariando a orientação de seu partido, ele faz oposição a Dilma na Bahia. Ainda assim, a preferência de Aécio é por um acerto menos arriscado: com o DEM, que deve lançar o ex-governador Paulo Souto.

No Rio Grande do Sul, os tucanos devem apoiar a candidatura da senadora Ana Amélia (PP), que faz oposição à presidente, embora seu partido ocupe o Ministério das Cidades. Em outros três Estados - Ceará, Rio e Piauí - o PMDB é "dilmista", mas está em atrito com os petistas locais.

Linha de corte

Pela primeira vez desde sua fundação, o PSDB está "enquadrando" os Estados, dentro da estratégia de dar prioridade ao pleito nacional. A orientação é clara: devem ser evitadas alianças com partidos engajados no projeto de reeleger Dilma.

Na próxima reunião da executiva tucana, no dia 11, em Brasília, os tucanos discutirão caso a caso e avaliarão a tese de ampliar o veto de coligações locais para além do PT, como manda a norma atual. Um dos partidos que pode entrar na linha de corte é o PCdoB, que negocia com os tucanos no Maranhão. O Estado é considerado um dos mais problemáticos para a campanha presidencial de Aécio.

Os tucanos maranhenses estão divididos entre apoiar Flávio Dino (PCdoB) ou Luís Fernando Silva, nome do PMDB escolhido pela governadora Roseana Sarney, aliada de Dilma.

As duas opções são consideradas péssimas. "Se o PCdoB se afastar do PT no Estado, o candidato deles, Flávio Dino fica livre para receber o PSDB e o PSB. Esse palanque seria misto", disse o deputado Carlos Brandão, presidente do PSDB-MA.

Os cenários no Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro também são problemáticos.

No primeiro caso, a sigla conta uma estrutura frágil - o PSDB deve ter apenas um candidato a deputado federal. "Aqui nós só não conversamos com o PT", afirma Valério Marinho, presidente do PSDB potiguar.

Terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, o Rio é tratado pela cúpula como um capítulo dramático. Sem nomes fortes para montar um palanque próprio, o partido se aproximou do PSB - que deve apoiar o deputado Miro Teixeira (PROS), aliado da ex-ministra Marina Silva - e do PR, que contará com Anthony Garotinho. "Perdemos no Rio por mais de 1 milhão de votos em 2010", lembra Mendes Thame.

A opção preferencial dos tucanos fluminenses é apoiar Garotinho. "Onde o PSDB não tiver nomes competitivos, nós faremos aliança com outros partidos do campo oposicionista. Nossa aliança será com setores que regionalmente se opõem ao PT local", afirmou Aécio na semana passada à TV Estadão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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