Entrevista
Tucanos ainda cogitam "palanque duplo" com Eduardo Campos no PR
Katna Baran
Durante a reunião da executiva nacional do PSDB, houve orientações sobre a formação de coligações para as eleições nos estados?
As questões dos estados foram tratadas diretamente com o Aécio. Ele mais ouviu do que falou sobre a situação de cada estado. Eu falei quais os partidos que tendem a coligar com o PSDB na majoritária no Paraná. Falei do quadro do PMDB e de que existe a dúvida de se o partido vai estar conosco ou não.
E como estão as tratativas com o PMDB?
Estão caminhando normalmente. Não podemos esquecer que há a manifestação do senador Requião [PMDB] de querer ser candidato e há uma manifestação de outra ala do partido que quer uma aliança com o governador [Beto Richa].
Ainda há a chance de o governador Beto Richa fazer palanque duplo durante a campanha: para Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves?
O PSB no Paraná sempre foi aliado do PSDB. Estivemos com o PSB nas eleições para a prefeitura de Curitiba e, no Paraná, os partidos sempre estiveram juntos. Então isso tem que ser costurado de uma forma que atenda também aos interesses do PSB.
E o senador Aécio Neves não se oporia ao palanque duplo?
O senador Aécio Neves sabe da lealdade que o Paraná tem com a sua candidatura. Quanto melhor for a candidatura do governador Beto Richa, melhor estará a candidatura do Aécio no Paraná. O PSDB se destacou nas últimas eleições no estado e a perspectiva é muito boa para a próxima eleição.
Valdir Rossoni, deputado estadual, presidente do PSDB no Paraná
O PSDB decidiu ontem lançar no dia 14 de junho, em São Paulo, a candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República, de olho no apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e da ala da sigla ligada ao ex-governador José Serra (PSDB).
A cúpula do partido lançou ontem a pré-candidatura do tucano durante reunião da executiva nacional do PSDB em que representantes dos 27 diretórios estaduais do partido lançaram manifesto em apoio ao nome de Aécio.
No documento, os tucanos afirmam que o candidato do PSDB representa o "desejo de mudança" da maioria dos brasileiros após "anos de um regime de improviso, compadrio e ineficiência". O manifesto também diz que o país está "cansado de desvios, mazelas e escândalos de corrupção em série".
A escolha de São Paulo para o lançamento oficial da candidatura de Aécio tem como objetivo fazer crescer o nome do tucano no estado, que é o maior colégio eleitoral do país. Será a primeira vez que o PSDB lançará ao Palácio do Planalto um candidato que não é de São Paulo.
Mesmo sem definir o nome do vice em sua chapa, o senador afirmou que terá o apoio do DEM e do Solidariedade, ainda que um tucano seja escolhido para o posto.
"A data [para escolha do vice] é o tempo da convenção. Há várias especulações, nomes qualificados. A vantagem que eu vejo de partidos que estarão conosco, como o DEM e o SDD, todos colocam a candidatura como a questão mais relevante. Claro que expectativas podem existir, mas todos que conversam comigo dizem para resolver da forma que for melhor para a vitória. Vamos decidir consensualmente ouvindo os partidos da aliança", afirmou.
Palanques
A executiva nacional do PSDB se reuniu ontem em Brasília para tentar solucionar problemas de palanques estaduais para Aécio.
O senador diz já ter soluções em 80% dos estados. A principal exceção é o Rio de Janeiro onde parte do PMDB quer apoiar Aécio, mas o ex-prefeito César Maia (DEM) quer o apoio do tucano para a sua candidatura ao governo do estado.
Em um aceno a Maia, Aécio disse que a aliança formada pelo PSDB com o DEM e o PPS no estado é que vai definir quem cederá palanque ao tucano. "Independente dessa estrutura de apoio formal, você tem aliança que reúne PSDB, DEM e PPS. Esse conjunto vai definir o candidato ou a possibilidade de aliança com o PMDB", disse Aécio.
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