O PSDB conseguiu nesta terça-feira (18) fazer com que o deputado Eduardo Azeredo (MG) desistisse de fazer um pronunciamento na tribuna do plenário da Câmara dos Deputados acerca de sua defesa no processo do mensalão mineiro, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). No início do mês, a Procuradoria-Geral da República pediu que ele fosse condenado a 22 anos de prisão por peculato e lavagem de dinheiro.

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Desde então, a cúpula do partido, presidido pelo senador Aécio Neves (MG), tenta fazer com que Azeredo se exponha o mínimo possível. O receio é de que o caso traga prejuízo para a campanha presidencial dos tucanos. Na semana passada, Azeredo faria um discurso, mas desistiu. A justificativa oficial foi a de que ele teve um aumento de pressão.

Nesta terça, o presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado Marcus Pestana, disse que divulgaria nesta quarta-feira, 19, o discurso de Azeredo. Segundo ele, o parlamentar ainda não se recuperou e continua de licença médica da Câmara. Pestana afirmou ainda que o colega o procurou pedindo que divulgasse o discurso. Também declarou que não lerá o pronunciamento, fazendo apenas um breve depoimento próprio e divulgando a íntegra do que o colega gostaria de falar. O horário previsto é às 17h30. "Ele pediu que eu, como presidente do partido em Minas, fizesse essa divulgação e é o que faremos amanhã", disse Pestana.

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O adiamento do pronunciamento provocou irritação em setores do PSDB. Tucanos acreditam que é preciso divulgar o posicionamento do deputado sobre o caso para desvincular o problema da legenda. Nos bastidores, alguns revelam que o colega demonstrou abatimento com o teor da denúncia sustentada pelo Ministério Público e que cogitaria abandonar a vida pública. A renúncia ao cargo de deputado pode ser uma saída jurídica para Azeredo porque, se a fizer antes de 27 de fevereiro, poderia conseguir fazer com que o processo desça para a primeira instância e, consequentemente, caminhe para a prescrição.