Com o PT e seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já em campo para garantir um bom desempenho da legenda nas eleições de 2012, o PSDB decidiu correr atrás do prejuízo. Diagnosticados os principais problemas do partido, nas pesquisas elaboradas pelo cientista político Antonio Lavareda, os tucanos pretendem arregaçar as mangas, pois concluíram que o desempenho em 2012 será fundamental, mais do que em outras vezes, para que a legenda se mantenha como alternativa de poder em 2014.
O presidente nacional do PSDB, deputado Sergio Guerra (PE), já defende, inclusive, que o candidato tucano nas eleições presidenciais seja definido logo após as eleições do próximo ano.
PESQUISA: Bandeiras do PSDB, como LRF, são atribuídas a PT
Nosso crescimento depende da reestruturação do partido, em especial do nosso padrão de comunicação, e de nos apresentamos como opção de poder. Quanto mais claro ficar essa opção, mais chance teremos de crescer. Por isso, ter um candidato (à Presidência) que gere a expectativa de que vamos chegar ao poder é indispensável - alerta Guerra.
Por isso mesmo, é que ele considera que o PSDB não poderá demorar muito para escolher seu próximo candidato à sucessão presidencial.
"Vamos apresentá-lo quando houver condições para isso. O importante é não demorar muito. A expectativa é que isso possa acontecer logo depois das eleições municipais", acrescenta.
A meta traçada pela cúpula tucana é garantir a eleição de pelo menos mil prefeitos no próximo ano, um número superior ao atual de 793. Para isso, o partido deverá priorizar a campanha nos municípios com mais de 200 mil habitantes. Essa estratégia foi traçada a partir da análise feita por Lavareda que indica que o ex-governador José Serra teve um desempenho surpreendente nestas cidades na eleição presidencial de 2010, muito acima dos votos conquistados pelos candidatos estaduais do partido.
"Ficou claro que temos espaço para crescer nas cidades com mais de 200 mil habitantes, entre as quais o Serra teve mais votos que a presidente Dilma, mesmo em municípios que não eram administrados por prefeitos aliados nossos. Nestas cidades, concentram-se 30% do eleitorado nacional", ressalta Guerra.
O PSDB também espera o empenho total de seus oito governadores para melhorar seu desempenho no interior do país e nas cidades menores, onde os vereadores e prefeitos se preocupam muito mais em ter o apoio dos governantes locais do que do governo federal.
"As eleições municipais são a base para a a formação de nossas bancadas federais, principalmente na Câmara dos Deputados, que são definidoras do nosso tempo de TV no horário eleitoral gratuito e mesmo da parcela que nos caberá no fundo partidário", observa Guerra.
Embora a votação recebida pelos candidatos tucanos nas última três eleições presidenciais tenha crescido, o PSDB já foi alertado que esse índice de crescimento não seria suficiente para garantir uma vitória do partido em 2014. Daí a necessidade do partido de ter um bom desempenho em 2012. A desorganização do partido e suas dificuldades de comunicação são apontadas como problemas graves que teriam favorecido que o PSDB não elegesse um único deputado em pelo menos cinco estados da federação.
"Se tivéssemos eleito pelo menos um deputado em cada um destes estados, nossa representação na Câmara não teria sido tão reduzida. Por isso, temos de trabalhar para eleger em 2014 no mínimo 80 deputados federais. E essa representação ainda será muito menor do que o tamanho do apoio que nossos candidatos à Presidência tiveram nas últimas eleições presidenciais", adianta Guerra.
Em relação à política de alianças, os tucanos planejam seguir o mesmo critério adotado pelos petistas. A ideia é não impedir composições com nenhuma legenda, seja ela da base da presidente Dilma Rousseff ou da oposição. As únicas restrições deverão ser feitas ao PT.
"Vamos escrever uma regra parecida com a deles", prevê Guerra, numa referência à proibição imposta ao PT para que não divida nenhuma chapa com os tucanos, embora admita que o PSDB componha a aliança eleitoral.
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