A nova direção do PSDB, que será comandado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) a partir deste sábado, 18, vai criar situações de superexposição do mineiro na máquina de comunicação partidária. A ideia é que o provável candidato à Presidência em 2014 seja o protagonista de todas peças publicitárias a partir de agora, sem rivalizar com outros dirigentes partidários. O próprio Aécio anunciou nesta sexta-feira 17 que a partir de julho começa a rodar o País e fará viagens quinzenais para montar o programa de governo do partido.

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Em outra frente, o PSDB quer impedir a presidente Dilma Rousseff candidata à reeleição, de fazer pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e televisão no ano eleitoral. Aliado de Aécio, o deputado Marcus Pestana (MG) apresentou nesta sexta-feira projeto de lei que proíbe os pronunciamentos no ano do pleito em casos que não sejam considerados de "urgência". O argumento é que a presidente pode usar a máquina para autopromoção e fazer campanha.

Aécio será eleito neste sábado, em convenção partidária em Brasília, presidente do PSDB. São esperadas as presenças do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador Geraldo Alckmin e do ex-governador José Serra. A presença dos paulistas, segundo aliados de Aécio, será um sinal de pacificação com os "serristas".

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"O partido está vivendo um ótimo momento de unidade, de solidariedade. Não me lembro desde a fundação do partido de outro momento de tanta convergência em torno de um projeto, independente de nome, de candidatura", disse Aécio na sexta-feira.

‘Caravanas’

As "caravanas tucanas", disse Aécio, serão o "reencontro do PSDB com os brasileiros". Entre 1993 e 1996, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou as "Caravanas da Cidadania", percorrendo 359 cidades em 26 Estados com o objetivo de aprofundar os conhecimentos dos políticos sobre a realidade brasileira.

"A ideia é que a partir de julho nós tenhamos pelo menos quinzenalmente uma agenda para mostrar o Brasil real, até para contrapor ao Brasil virtual, da propaganda. E mostrar experiências que deram certo. E construir um programa que não sairá de um gabinete, mas dessas viagens", afirmou Aécio. "Esse é o ano de nós nos reencontramos com os brasileiros de todas as regiões."

Pestana, que é presidente do PSDB em Minas, afirmou que a comunicação do partido passará a se concentrar em torno de Aécio. "Vamos corrigir o que vínhamos fazendo para não termos uma difusão tão grande do ponto de vista dos personagens. Hoje temos pelo menos oito atores (presidenciáveis e dirigentes partidários), o que dificulta a criação de uma identidade partidária. O Lula amadureceu como representante do PT quando passou a ter toda a comunicação voltada para ele", comparou o deputado.

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"Vamos profissionalizar a comunicação, trabalhar em rede, conectar a nossa militância, unificar o nosso discurso. Hoje o partido existe, mas de forma dispersa, sem conexão. Vamos alimentar as nossas bases", disse Aécio ao jornal O Estado de S. Paulo.

Picanha

O senador almoçou na sexta-feira com deputados e o atual presidente da partido, Sérgio Guerra (PE), em uma churrascaria em Brasília. Para ele, a reformulação da comunicação e as viagens vão revitalizar o partido. "O PSDB tem que se reconciliar com setores da sociedade que já foram muito próximos de nós e hoje não estão tão próximos." Pestana disse que haverá três eixos de comunicação: exaltar gestões do PSDB, criticar Dilma e propor uma agenda futura. O marqueteiro Renato Pereira, que fez as campanhas do PMDB no Rio, fará o marketing.