O líder do bloco da minoria PSDB, DEM, PPS na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), anunciou neste sábado (5) que o seu partido prepara um conjunto de ações judiciais e políticas para tentar apurar as denúncias de suposta espionagem contra o pré-candidato tucano à Presidência da República, José Serra. "Serão quatro medidas. Até porque não dá para ficar relevando esse episódio como se fosse mais um fato de aloprado ou uma disputa interna", afirmou Fruet.
Neste sábado, foi notícia em diferentes veículos de imprensa uma suposta reunião de integrantes da campanha da pré-candidata do (PT) à Presidência da República, Dilma Rousseff, para a contratação de agentes especializado em serviço de inteligência e espionagem.
A assessoria de Dilma disse ao G1 que não iria responder às declarações do deputado do PSDB e voltou a negar a existência de dossiê ou de qualquer participação da campanha petista em reuniões com arapongas.
Para tentar averiguar a suposta contratação de arapongas, o líder tucano vai apresentar requerimento à Comissão Mista de Controle das Atividade de Inteligência, para convocar o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa e o ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica (Cisa) Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, que teriam participado da reunião com o comando petista em um restaurante de Brasília no final de abril. O G1 entrou em contato com Onézimo e Idalberto e ainda aguarda retorno das ligações.
"A primeira medida é a convocação do Idalberto e do delegado Onézimo. Toda vez que tem uma operação não oficial de inteligência esses personagens aparecem. Vamos convocá-los para confirmar ou não os fatos e para eles darem os nomes de quem contratou e a fonte de pagamento", explica o deputado do PSDB.
Fruet vai protocolar o requerimento na quarta-feira (9), mesmo dia em que pretende enviar ofício à Polícia Federal pedindo a abertura de inquérito para apurar os métodos que supostamente foram utilizados pelos arapongas para espionar o candidato do PSDB. "Queremos a abertura de inquérito policial porque já tem precedente no caso dos aloprados. Queremos que a PF investigue a forma de ação, os métodos utilizados na espionagem", diz Fruet.
Além das medidas no Legislativo e na PF, o deputado do PSDB diz que o partido vai entrar com duas representações, sendo uma no Ministério Público Eleitoral e outra no Ministério Público Federal, para que seja investigado um possível crime eleitoral por parte da campanha petista.
Líder do governo
Sobre as medidas do PSDB, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a base governista não tem relação nem está preocupada com o assunto e que a "confusão" é um problema para a oposição. "Não existiu arapongagem e não partiu do PT nenhuma ordem para espionar o Serra", disse Vaccarezza. "A oposição quer desviar o debate com essas acusações", complementou o petista.
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