O PSDB do Paraná entra hoje no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com um pedido de impugnação do registro de candidatura do deputado Hermas Brandão (PSDB) como vice-governador na chapa de Roberto Requião (PMDB). O autor do pedido é o candidato a deputado estadual Paulo Rossi (PSDB). A justificativa é que Hermas não teria legitimidade para pedir o registro porque foi desautorizado pela executiva nacional do PSDB, que anulou a convenção no trecho que diz respeito à aliança com o PMDB.
Na convenção estadual do PSDB, no último dia 29, a ala favorável à coligação com Requião ganhou por uma diferença de cinco votos do grupo que defende apoio informal ao candidato a governador Osmar Dias (PDT). No dia seguinte, uma decisão da executiva nacional anulou a aliança. A ata da convenção foi entregue ao TRE juntamente com a resolução da cúpula tucana proibindo a coligação. A Justiça Eleitoral vai analisar o caso nos próximos dias para validar a aliança ou a decisão da executiva nacional.
O advogado que vai entrar com o pedido de impugnação é Leandro Souza Rosa, coordenador jurídico da coligação de Osmar Dias (PDT). Segundo ele, a iniciativa não tem relação com a campanha do pedetista porque ele já havia sido contratado por Paulo Rossi antes de assumir o cargo.
Para Leandro Rosa, a questão deveria ser resolvida no âmbito interno porque não cabe à Justiça Eleitoral decidir se a resolução do diretório nacional é válida ou não, a não ser que haja ilegalidade. De qualquer forma, o advogado acredita que o relator do processo deverá adotar o caminho "mais correto" e suspender a aliança.
Para o advogado do PMDB, Guilherme de Salles Gonçalves, a executiva não poderia tentar anular o que já foi votado. " Não tem fundamento legal". Outro ponto que deverá ser levantado é de que a decisão da Executiva do PSDB teria sido tomada baseada em informação falsa de que o PMDB do Paraná não apoiaria Geraldo Alckmin. "Mas esse apoio já foi esclarecido conforme ata registrada no TRE", disse.
Segundo Gonçalves, o PSDB formalizou a chapa levando em conta um número menor de candidatos, compatível à coligação. Qualquer mudança de rota agora, segundo ele, pode prejudicar os próprios tucanos. "Se o objetivo do PSDB ou de qualquer militante é inviabilizar a coligação, vai causar prejuízos para o partido porque não há outra deliberação a não ser a aliança. O PSDB teria que lançar uma chapa inferior, poderia prejudicar a candidatura do Alvaro (Dias) e colocar em risco toda a chapa de candidatos", afirma. "O tiro pode sair pela culatra."
O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, rebate e diz que o mais prejudicado nessa briga jurídica é o PMDB, que deveria buscar seu caminho sozinho. "Além da ação de impugnação jogamos com o tempo que corre a nosso favor", disse.
O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, discorda. "Nosso candidato é o Requião, isso está certo e vamos tocar a campanha. Se der zebra é só substituir o vice e a vida continua", disse.
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