Suspeitas
PPS pede informações sobre voos de avião de empreiteira
O vice-líder do PPS, Arnaldo Jordy (PA), protocolou na Câmara dos Deputados um requerimento pedindo informações à Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República informações sobre voos realizados pela aeronave King Air, da empreiteira Sanches Tripoloni, no período entre 1º de janeiro de 2010 e 31 de julho de 2011. É neste avião que os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, teriam viajado, segundo denúncias publicadas pela revista Época. Ela nega que tenha usado o avião, enquanto Bernardo diz não se lembrar.
Em seu pedido, Jordy solicita informações sobre a origem e destino dos voos e os nomes dos tripulantes e passageiros em cada um deles. O deputado pede ainda que sejam remetidas as mesmas informações de outras aeronaves que estejam registradas em nome da empresa ou de algum de seus sócios: Antonio Sanches, João Sanches Junqueira e Paulo Francisco Tripoloni.
O pedido será analisado pela Mesa da Câmara e encaminhado à secretaria.
Agência Estado
O PSDB anunciou ontem que vai pedir à Procuradoria-Geral da República que investigue possíveis irregularidades na rescisão do contrato de Gleisi Hoffmann com a Itaipu. Em 2006, quando a atual chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff deixou a usina para disputar uma vaga no Senado, ela recebeu R$ 41 mil como multa relativa ao FGTS. Gleisi foi diretora financeira da binacional de 2003 até março de 2006.
O PSDB disse ontem que também tentará aprovar uma convocação da ministra para que ela compareça à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal para prestar esclarecimentos sobre a questão. De acordo com o líder do partido na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), o caso pode vir a ser caracterizado como improbidade administrativa e peculato. "Como diretora financeira, ela pagou a si própria. Isso precisa ser investigado", disse o tucano.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, confirmou ontem a versão dada por Gleisi para o caso. Ela teria recebido a multa por que ela não teria se demitido: Samek é que teria feito a exoneração. "A Gleisi me procurou e disse que o partido [o PT] queria que ela fosse candidata. Falei para ela que tinha uma regra: se saísse, era para não voltar. E que eu iria exonerar ela", afirmou Samek.
Samek disse que não houve nenhuma irregularidade no processo e que, quanto às críticas por ter criado um gasto extra para a empresa, que não existiria caso ela se demitisse, afirmou que assume a responsabilidade. "Eu assumo: se tiver algum equívoco não é dela. Essa é a regra que eu adotei."
O diretor de Itaipu, que está no cargo desde o início do governo Lula, em 2003, admitiu ainda que a única diferença que havia na decisão de ele tomar a iniciativa da demissão era a possibilidade de Gleisi "levantar o FGTS". "Só muda uma coisa [se a demissão parte do funcionário]. Você não levanta teu fundo de garantia. A Gleisi é pobre, a Gleisi não é rica", disse.
O salário de Gleisi em Itaipu, segundo sua assessoria, era de R$ 31 mil mensais. Na rescisão, além de receber a multa, a ministra também teria recebido cerca de R$ 104 mil referentes a outros benefícios da rescisão, como o saque do fundo de garantia, férias proporcionais e décimo terceiro salário.
Samek negou ontem que tenha feito qualquer oferta de demitir outro ex-diretor de Itaipu, Rubens Bueno, quando ele decidiu deixar a empresa para disputar a prefeitura de Curitiba, em 2006. Bueno, que hoje está na oposição ao governo Dilma Rousseff, afirmou que a proposta existiu. "Não aconteceu. Sinceramente, não me lembro", disse Samek.
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