Disputa interna
Petistas devem reeleger Rui Falcão para comandar o partido
Agência o Globo
O PT realiza neste domingo eleição nos diretórios estaduais, além do nacional, dando o primeiro passo para a montagem dos palanques da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. A palavra final sobre as alianças regionais e candidaturas a governador e senador será do diretório nacional, que continuará sendo comandado pela deputado estadual de São Paulo Rui Falcão. A estimativa é de que ele deve ser reeleito com cerca de 70% dos votos de 810 mil filiados aptos a votar.
No momento em que o senador Aécio Neves (MG) articula com o PSDB a antecipação da escolha do seu nome como candidato do partido à Presidência em 2014, o ex-governador José Serra, que também pleiteia a vaga, decidiu contra-atacar. Ele endureceu as críticas ao partido e censurou indiretamente o rival mineiro. E chegou a dizer que o PSDB tem necessidade de "ser aceito pelo PT".
O tucano usou o termo "bovarismo", em referência ao romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert, para descrever o que classificou como um dos principais problemas da legenda da qual é fundador. "Me desculpem as mulheres, porque é mais complexo que isso, mas a madame Bovary queria ser aceita pelo outro. Ela vai à loucura, quebra a família, trai o marido com Deus e o mundo para ser aceita. E o PSDB tem um pouco de bovarismo, de precisar ser aceito pelo PT", disse Serra durante palestra para cerca de 60 pessoas em São Paulo, na sexta-feira à noite.
Para Serra, o PSDB não conseguiu estabelecer uma estratégia de embate efetivo ao governo federal. Segundo o ex-governador paulista, quando o PT fez o leilão do campo de Libra no pré-sal, o argumento usado pelos tucanos não foi correto. "O PT faz um leilão mal feito como o do campo de Libra. E o que faz o PSDB? Sai dizendo: Olha aí, eles [petistas] sempre foram contra a privatização e agora estão fazendo a privatização. Isso dá voto? Nenhum", disse Serra.
O paulista disse ainda que, no PSDB, "se confunde o fato de que a economia deve ser aberta com a ideia de que o mercado vai resolver tudo": "É um desvio do mercadismo". Serra afirmou ainda ser um erro fazer uso do "regionalismo" para pautar decisões pré-eleitorais. "A questão regionalista acaba pesando e se supõe que um partido como o PSDB possa transcender essas questões para que esses instrumentos não sejam usados nas lutas internas."
As declarações de Serra vieram como uma resposta à movimentação recente de Aécio, que se reuniu com líderes tucanos para discutir uma possível antecipação do lançamento de sua candidatura ao Planalto.
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