Espremido entre a pressão das ruas e das bancadas no Congresso, que cobram uma ação concreta em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff; e estrelas do PSDB como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Beto Richa (PR) e os senadores José Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE), que acham precipitado dar o passo sem um fato determinado consistente, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG) tende a manter o compromisso com lideranças das manifestações de rua e continuar buscando uma saída jurídica para o impasse. Na sexta-feira (24), na primeira oficina de planejamento estratégico, em Brasília, os tucanos esperam afinar o discurso com Fernando Henrique Cardoso, que participa da abertura dos debates. Aécio vai fechar o evento.
Segundo deputados e senadores, a fala de Fernando Henrique tem um caráter litúrgico, mas não deverá mudar a posição das bancadas do Senado, onde o impeachment é defendido pelo líder Cássio Cunha Lima (PB); e da Câmara, onde é acompanhado pelo líder Carlos Sampaio (SP). “Esse assunto será inevitável. Estamos atrás do respaldo jurídico, pois o impeachment demanda esse tipo de apreciação”, disse o líder Carlos Sampaio.
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“Na bancada federal praticamente unanimidade defende que o PSDB precisa encabeçar esse processo. No Senado, Cássio encaminha a favor. Fernando Henrique é litúrgico. Respeitamos, mas não muda posição das bancadas”, completou o líder da Minoria na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), que defende até mesmo que o pedido de impeachment seja apreciado pelo plenário, se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), mandar arquivar.
O líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima , acha que dentro de 15 a 20 dias o jurista Miguel Reale Júnior terá pronto o parecer jurídico encomendado pelo PSDB sobre as várias alternativas para embasar um eventual pedido: pedaladas fiscais, participação de Dilma na compra de Pasadena e outros desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato. Cássio diz que a cada dia aparecem novos fatos que podem fortalecer o pedido de impeachment.
“São várias opiniões no partido. Mas há a prevalência da tese de que temos o dever de propor se as condições jurídicas existirem. O apoio popular de 63% da população já tem. O que se busca agora é o fato determinado com substância. Como oposição, é nossa obrigação propor. Se o presidente da Câmara arquivar, estará esgotada nossa ação”, disse o senador Alvaro Dias (PR).
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