O pivô da briga que o PSDB e o DEM travam nos bastidores em torno da liderança da minoria no Congresso tem nome: chama-se senador Efraim Morais (DEM-PB). Mesmo depois das denúncias de suposto envolvimento em fraudes nas licitações do Senado, que desgastou sua imagem como primeiro-secretário da Casa nos dois últimos anos, Efraim deseja agora o cargo de líder da minoria no Congresso.

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Para aumentar a irritação de parlamentares do PSDB, que não querem o senador como representante da oposição no Legislativo, Morais tem o apoio do presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP). "Não há hipótese de o PSDB aceitar que o líder da minoria no Congresso seja indicado pelo senador Sarney", reagiu o líder do PSDB na Câmara, José Anibal (SP), abrindo a polêmica. O cargo foi criado no ano passado, mas só este ano será ocupado pela oposição.

Para o desempenho da função, o novo líder terá uma estrutura própria, com gabinete e três assessores que poderão ser contratados. Para não acirrar a briga com o DEM, senadores do PSDB tratam do pleito de Morais com reservas. O líder do DEM, senador José Agripino (RN), confirma a reivindicação do colega, mas disse que a oposição vai decidir só depois da posse dos presidentes das comissões permanentes do Senado, que rachou a base aliada do governo.

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José Aníbal, por sua vez, defende que a representação da oposição no Congresso fique com o PSDB para evitar que o DEM tenha as três lideranças da minoria: da Câmara, do Senado e do Congresso. Para irritação do líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), o tucano ainda condiciona a posse do deputado André de Paula (DEM-PE), indicado pelo DEM para comandar a minoria na Câmara, à definição do novo cargo no Congresso.

Caiado contesta afirmando que não há nenhuma vinculação, mesmo porque, pelo rodízio, cabe agora ao DEM indicar os líderes da minoria nas duas casas legislativas, já que ambos ficaram com o PSDB no ano passado. O deputado acusa o líder do PSDB de descumprir o acordo na Câmara, homologado pela direção nacional dos dois partidos. Ele disse que há três semanas tenta empossar André, ligado ao senador Marco Maciel (DEM), mas enfrenta o boicote de Aníbal. "A posição do PSDB na Câmara está causando sério constrangimento ao DEM e trará consequências graves se o acordo não for cumprido", reagiu Caiado, acrescentando que já levou o assunto à Executiva Nacional de seu partido e citando como eventual consequência tremores na aliança para as eleições de 2010.