A insatisfação de partidos da base com o governo da presidente Dilma Rousseff levou o PSDB a sair à caça de legendas aliadas ao Palácio do Planalto com o objetivo de montar palanques para a provável candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República em 2014. Nas últimas semanas, os tucanos, entre os quais Aécio, intensificaram as conversas com "aliados" de Dilma, cortejando parlamentares, presidentes de partidos e governadores. O alvo são siglas como PMDB, PP, PTB, PSD e PDT, que têm em comum a afinidade com o governo do PT e com administrações tucanas pelo país.
A ideia é aproveitar o momento de desgaste entre base e governo e abrir negociações que, se bem-sucedidas, evitariam o apoio formal de alguns desses partidos a Dilma e, por tabela, desidratariam os minutos da petista no horário eleitoral na tevê.
As conversas ainda estão embrionárias, já que o cenário tende a mudar até junho de 2014, quando há convenções, mas a estratégia já foi definida. Os tucanos farão concessões em estados de modo a apresentar a aliados de Dilma "argumentos" para que, pelo menos, declarem independência. Um levantamento sobre potenciais alianças em todo o país foi encomendado ao secretário-geral do PSDB, deputado Mendes Thame (SP), e servirá de base para as negociações.
Como forma de demonstrar boa vontade com o PP, por exemplo, o PSDB pode apoiar a candidatura ao governo do Rio Grande do Sul da senadora Ana Amélia (PP). Aécio mantém boa relação com o partido, que ocupa a vice-governadoria em Minas. O mineiro também pediu a aliados que se aproximem do senador Ciro Nogueira (PI), liderança do PP no Nordeste.
O PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, também está na mira dos tucanos. Em Minas, deputados estaduais ameaçam sair da legenda caso seja formalizado o apoio ao PT. Também há conversas encaminhadas com o PDT, de Carlos Lupi (RJ), e com o deputado Paulinho (SP), da Força Sindical os tucanos querem o apoio formal do Solidariedade, partido a ser criado pelo parlamentar na eleição de 2014. Na festa de 1.º de Maio promovida pela Força, aliás, Aécio foi tratado como convidado de honra.
Na presidência do PSDB desde maio, o mineiro passou a buscar pessoalmente alianças até com os peemedebistas, principais aliados do governo petista. No domingo passado, ele esteve com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) que protagoniza conflito com petistas que querem o senador Lindbergh Farias (PT) como candidato a sua sucessão. Aécio mantém ainda contato com os irmãos peemedebistas Geddel e Lúcio Vieira Lima que, em disputa com o PT baiano, ameaçam abrir palanque para o tucano.
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