PSDB vai esperar para decidir o que fazer

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Perfil

Antônio Costa/ Gazeta do Povo

João Cláudio Derosso é vereador há 23 anos

Formação

Cursou Engenharia Cartográfica na UFPR e Administração da Universidade Tuiuti. Ingressou na política incentivado pelo pai, o ex-vereador João Derosso, que exerceu o mandato por mais de 25 anos.

Trajetória política

Reeleito em 2008 com 11.189 votos para o sexto mandato, o vereador João Cláudio Derosso (PSDB, foto) preside há 14 anos ininterruptos a Câmara de Curitiba. Seu primeiro mandato foi em 1988. Foi primeiro-secretário da Casa em 91 e 92; presidente da comissão que elaborou a Lei Orgânica do Município; e presidente da Comissão de Urbanismo. Assumiu a prefeitura por dez vezes.

Denúncias

Está sendo investigado pelo Ministério Público (MP) pela contratação de funcionários da Assembleia Legislativa para cargos comissionados na Câmara – o que é vedado pela Constituição Federal.

Além disso, os contratos de publicidade da Câmara são alvo de investigação do MP e também do Tribunal de Contas (TC). Uma das agências de propaganda contratada é da atual esposa de Derosso, Cláudia Queiroz Guedes. Ela ganhou a concorrência quando era funcionária da Câmara, o que não é permitido.

O governador Beto Richa, presidente do PSDB no Paraná, afirmou ontem que o partido, por ora, não vai tomar nenhuma medida em relação ao presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso, envolvido em denúncias de irregularidades. "Por enquanto [não vamos fazer] nada. Vamos aguardar toda a investigação e ver se realmente isso tudo [a denúncia] se confirma", disse o governador ontem durante uma solenidade no Palácio das Araucárias, ao ser questionado pela reportagem.

Richa disse estar preocupado com as suspeitas e revelou a estratégia dos tucanos: aguardar a conclusão das investigações do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Contas do Estado (TC) para só depois apreciar internamente o destino de Derosso.

Isolado

Mas, se oficialmente a cúpula do PSDB no Paraná está reticente para falar sobre o assunto, nos bastidores, os tucanos já admitem que o presidente da Câmara está politicamente isolado. "Ele continua com força no feudo dele, ali na Câmara, mas dentro do partido não encontra mais respaldo", contou um parlamentar do PSDB que pediu para não ter o nome divulgado.

Poucos tucanos procurados pela Gazeta do Povo quiseram falar abertamente sobre o as­­­sunto. E, quando falaram, re­­­petiram o discurso do governador de que é necessário aguardar a conclusão das investigações do MP e do TC.

Os deputados estaduais Mauro Moraes e Ademar Traiano ressaltaram que o PSDB está acima das denúncias contra Derosso. "As denúncias não estão atreladas ao partido, é uma questão individual. Não estamos tratando disso partidariamente", comentou Traia­­­no. "O partido não pode pagar pela atitude de um dos seus membros", disse Moraes.

O senador tucano Alvaro Dias, brigado politicamente com Beto Richa, foi o mais enfático ao defender uma rigorosa investigação sobre as denúncias envolvendo De­­­rosso. Ele afirmou ainda estranhar a estratégia do PSDB de não apurar o caso internamente. "Toda irregularidade deve ser apurada, especialmente pelo partido. Isso é regra geral. Quando há uma denúncia o partido tem que tomar as providências", disse o senador.

Prefeito

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), adotou o mesmo discurso do governador e disse ser necessário aguardar a conclusão das investigações. Derosso era cotado para ocupar a vice na chapa de reeleição de Ducci, em 2012. Mas Ducci já estaria trabalhando para encontrar outro nome dentro do PSDB.