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Contrariando o que pregava o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), o PSDB ressuscitou nesta segunda-feira (19) a ideia de criar uma CPI para investigar irregularidades na área da Saúde. O líder tucano, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), defendeu a iniciativa no plenário, lembrando que em abril do ano passado foram coletadas assinaturas para instalar a CPI mista para tratar do tema.

A iniciativa da coleta de assinaturas ocorreu após o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgar auditoria mostrando que entre 2007 e 2009 houve um desvio de mais de R$ 600 milhões em apenas 2,5% dos recursos repassados pela União aos Estados e municípios. "Imaginem em 100% desses repasses. Como não instalar uma CPI? Como ficar apenas assistindo a esse espetáculo da corrupção?", questionou. Dias lembrou ainda da reportagem exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, em que fornecedores foram gravados negociando o valor da propina nos contratos com um hospital público.

Dias lembrou das outras CPI inviabilizadas pelo governo - a dos Transportes e da Corrupção -, mas argumentou que combater a corrupção na área da Saúde é uma tarefa "a favor do povo brasileiro". "Não é uma CPI da oposição, não é contra o governo, não é uma CPI deste ou daquele partido, é suprapartidária, porque os serviços de Saúde pública são de responsabilidade da União, dos Estados e dos municípios", alegou. O líder informou que, em abril, foram obtidas as 27 assinaturas no Senado, o suficiente para criar a comissão, mas apenas 100 das 171 necessárias na Câmara dos Deputados.

O líder do governo, Eduardo Braga, foi ao gabinete de Álvaro Dias na tentativa de convencê-lo a desistir da criação da CPI. Ele repetiu os argumentos de praxe do governo, de que não é o momento de criar a comissão. Outra justificativa é a de que os órgãos competentes investigam as denúncias no setor de Saúde. O líder tucano discordou. Ele lembrou que até agora nenhuma ação conseguiu reprimir a corrupção na área. "Corrupção na Saúde é um crime hediondo, pois se trata de roubo somado ao assassinato de pessoas. O governo deveria ser o primeiro interessado nessa CPI" defendeu o tucano.

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