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Edward James Olmos, Ridley Scott, Daryl Hannah e Rutger Hauer, na exibição de "Blade Runner: a versão final", em Veneza | AFP/Gazeta do Povo
Edward James Olmos, Ridley Scott, Daryl Hannah e Rutger Hauer, na exibição de "Blade Runner: a versão final", em Veneza| Foto: AFP/Gazeta do Povo

A bancada do PSOL decidiu em reunião nesta terça-feira (4) que pedirá ao Conselho de Ética do Senado a inclusão das novas denúncias contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), no processo por quebra de decoro parlamentar que trata de suposto favorecimento por parte do senador à cervejaria Schincariol.

Os parlamentares do partido devem pedir informações à Polícia Federal sobre a denúncias na quinta (6) de manhã e, à tarde, devem formalizar o pedido de aditamento ao Conselho de Ética do Senado.

A novas acusações partiram do advogado Bruno de Miranda Lins, ex-marido de uma assessora parlamentar do senador. Ele falou à revista "Época" sobre um suposto esquema de arrecadação de dinheiro em ministérios liderados pelo PMDB para Calheiros.

"Se por acaso o pedido de aditamento ao conselho não encontrar acolhimento, seremos obrigados a fazer uma quarta representação para que essas novas denúncias sejam apuradas", disse o senador José Nery (PA).

Ele explicou que, para o partido, os fatos levam a crer em quebra de decoro, apesar das representações e das novas denúncias se referirem a diferentes episódios.

Havia a possibilidade de que o PSOL pedisse a abertura de um novo processo contra Renan - ele já responde a três. Mas a bancada do partido também levou em conta que, na quarta (5), será votado o parecer do Conselho de Ética sobre o primeiro processo contra o senador, que trata de supostas ligações com um lobista.

Segundo José Nery, a bancada não quis "criar nenhum fato que pudesse de alguma forma atrapalhar o andamento do processo da representação número um que está em via de conclusão".

Novas denúncias

Renan Calheiros divulgou nota no sábado (1º) respondendo às novas denúncias. "Trata-se de um depoimento (as informações do advogado Bruno de Miranda Lins) feito no curso de uma separação litigiosa de uma funcionária do meu gabinete. A Justiça não deu nenhum valor jurídico ao assunto, por tratar-se de visível expediente de provocar escândalo e pressões processuais sobre pessoas que nada têm a ver com briga de casais. O fato a mim atribuído é inteiramente falso, fruto de imaginação e má-fé", diz o texto.

Processos

Renan Calheiros responde a três processos no Conselho de Ética por quebra de decoro. O primeiro deles, e o que será votado na quarta, se refere à denúncias de que era o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, quem fazia o pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan teve uma filha.

Renan afirma que o dinheiro era dele, Gontijo seria apenas um intermediário. Os relatores do processo, no entanto, acreditam que há inconsistências entre o dinheiro declarado pelo presidente do Senado e o dinheiro pago pela pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos.

Os outros processos contra Renan se referem a um suposto favorecimento à Schincariol no episódio da venda da fábrica de refrigerantes de seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), e sobre a participação do senador em veículos de comunicação de Alagoas.

Renan nega todas as acusações. Sobre os veículos de comunicação, o presidente do Senado disse que as denúncias partiram de adversários na política alagoana. "É uma questão de província", disse.

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