Para reforçar as investigações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa, o PSOL apresenta nesta terça-feira (2) petição com duas outras informações relativas ao caso. Segundo o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), o partido, que é um dos autores da representação contra Cunha, irá juntar mais provas que reiteram a quebra de decoro parlamentar por parte dele. Entre as provas está a fala do lobista Fernando Baiano afirmando que esteve na casa de Cunha, na Barra da Tijuca. Segundo Alencar, à CPI, Cunha disse que recebeu Baiano na rádio e em seu escritório político.
“Vamos apresentar uma petição de juntada de elementos probatórios mostrando uma suposta nova mentira dele na CPI da Petrobras no que se refere aos encontros dele com Fernando Baiano e também a denúncia de mais cinco contas dele no exterior, uma em Israel, feita por dirigentes da Carioca engenharia“, disse Alencar, acrescentando: “No caso de Baiano ele disse que o encontrou na rádio e no escritório político dele, no centro do Rio. E Baiano disse que foi na casa dele. Vamos juntar os vídeos e as transcrições dele na CPI.”
Chico Alencar disse que Cunha, na CPI fala sobre os encontros com Fernando Baiano duas vezes: na fala inicial e ao responder à pergunta da deputada Clarissa Garotinho: “O Conselho de Ética começa agora sua fase probatória. Os recursos feitos às Comissão de Constituição e Justiça não paralisam os trabalhos. Entendemos que o órgão deve trabalhar e a petição traz mais elementos que robustecem a representação.”
Recurso no STF
Chico Alencar disse ainda que Jean Wyllys (PSOL-RJ) e ele irão ao Supremo Tribunal Federal em reunião já agendada para 18h de sexta-feira, reiterar que respeitam a decisão do STF sobre o rito do impeachment e entendem que ela não paralisa o funcionamento das demais comissões permanentes da Casa, como alega Cunha.
“Ele [Cunha] quer criar confusão à toa, a decisão do Supremo é claríssima, diz respeito ao rito do impeachment. Cunha quer colocar a Câmara toda como refém de seus interesses. Vamos repudir essa tentativa de paralisia da Casa. A situação dele só se agrava e não podemos nos calar. Vamos chamar para a audiência os 30 deputados que assinaram o manifesto pela saída de Cunha da presidência”, disse o líder do PSOL. “Vamos reagir à paralisia da Câmara. É inadmissível que os líderes aceitem isso”, acrescentou Wylly.