A líder da bancada do PSOL na Câmara, deputada Luciana Genro (RS), repudiou a convocação extraordinária definida nesta quarta-feira pelo Congresso Nacional. No seu entendimento, a convocação remunerada é mais um grande escândalo a atingir o parlamento.

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- A indignação da população diante da realidade absurda do funcionamento da Câmara dos Deputados, que com esta convocação pagará aos parlamentares oito salários em três meses, é justa e merecia ser respeitada! - protestou a deputada.

Não é aceitável, segundo Luciana, que os deputados recebam como "direito legítimo" o salário de dezembro, o 13º salário, a ajuda de custo do final de ano, a ajuda de custo do começo do ano, o salário de janeiro, o salário de fevereiro e os dois salários extras da convocação extraordinária, enquanto a maioria do povo brasileiro amarga um salário mínimo de R$ 300 por mês. Para ela, este privilégio deveria ser extinto.

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Nas duas reuniões de líderes que discutiu essa questão, a líder do PSOL insistiu contra a convocação extraordinária e apoiou a proposta do deputado Raul Jungmann PPS-PE), que inclui no decreto legislativo n.º 7, de 1995, a vedação da ajuda de custo a parlamentares durante as sessões legislativas extraordinárias.

Luciana Genro afirma que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar deveria continuar funcionando nos próximos meses para que os processos tenham uma tramitação mais célere, e que os projetos importantes também deveriam ser votados até o final da legislatura sem, entretanto, que os parlamentares recebam dois salários extras por 15 ou 20 dias de trabalho. A líder do PSOL insiste que não é mais do que obrigação o deputado votar os projetos, pois ao longo do ano inúmeras matérias que poderiam ter sido apreciadas e votados não o foram ou porque houve obstrução, ou porque a Casa não funcionou em razão da crise política, que tomou conta dos debates, e não propiciou o andamento dos trabalhos legislativos.

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