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Verri, presidente estadual do PT: filiados têm de sair até a semana que vem | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Verri, presidente estadual do PT: filiados têm de sair até a semana que vem| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Aliança

PDT começa análise das diretrizes dos petistas

O PDT do Paraná, que tem como pré-candidato ao governo do Paraná o senador Osmar Dias, começou ontem a analisar as sete principais diretrizes do PT para que os dois partidos selem uma aliança para a eleição deste ano. As diretrizes petistas para um futuro plano de governo conjunto foram divulgadas ontem.

No documento encaminhado ao PDT, o PT quer a garantia de manutenção das empresas estatais; 30% de investimento do orçamento estadual em educação; 2% de investimento do orçamento estadual em ciência e tecnologia; diálogo com os movimentos sociais; aprofundamento do Programa Nacional da Agricultura, com foco na agricultura familiar; aprofundamento das políticas sociais implementadas pelo governo federal; e cuidado ambiental.

As diretrizes servirão para que os dois partidos elaborem uma "carta de princípios". A elaboração deste documento foi definida no início de fevereiro em uma reunião em Brasília. Com a definição dos pontos de interesse programático, o PT deu o primeiro passo concreto para garantir o apoio de Osmar à pré-candidata petista à Presidência, a ministra Dilma Rousseff.

Até a semana que vem, representantes de PDT e PT devem reunir-se para conversar sobre a carta de princípios. O presidente do PT do Paraná, o deputado Ênio Verri, garante que a negociação com Osmar está avançada. Ele também não descartou a possibilidade de o PMDB vir a se juntar na coligação, apesar do anúncio de saída dos petistas do governo Roberto Requião. "A aliança com o PDT está indo muito bem. Mas acreditamos ainda em termos o Osmar candidato, com (o vice-governador Orlando) Pessutti (PMDB) de vice; e a Gleisi (Hoffmann, do PT) e o governador (Roberto) Requião (PMDB) candidatos ao Senado." (HC)

Os filiados ao PT que exercem cargos de confiança no governo do Paraná devem pedir demissão "o quanto antes". A determinação da executiva estadual do partido, anunciada ontem, marca o rompimento oficial do PT com o governador Roberto Requião (PMDB).

O PT abandonou o governo Requião depois de sete anos de parceria. O motivo foi a acusação do governador contra o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que ele teria, segundo Requião, proposto o superfaturamento de R$ 350 milhões da obra do desvio ferroviário entre Guarapuava e Ipiranga – projeto que nunca saiu do papel. O ministro sempre negou ter feito a proposta. Mas Requião insistiu diversas vezes na denúncia, o que tornou a permanência de petistas no governo insustentável.

"O governador, às vezes, tem uma verborragia exagerada", criticou o presidente estadual do PT, Ênio Verri, que foi secretário estadual de Planejamento até janeiro. Requião recebeu Verri ontem, no fim da manhã para ser comunicado da decisão do partido.

Requião não comentou a decisão petista oficialmente. Mas, no Twitter, serviço de mensagens curtas na internet, o governador aproveitou para alfinetar todos os candidatos ao governo. "Relato um acontecimento indesejável. O PT sai do governo e os candidatos ao governo calam a boca. Medíocre. É o cão chupando manga", escreveu Requião.

Dois secretários

Os dois secretários estaduais do PT – Valter Bianchini (Agricultura) e Lygia Pupatto (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) – devem acatar a decisão.

Verri admitiu não saber quantos filiados estão empregados no governo estadual, mas disse que todos devem sair até a semana que vem. Porém, o dirigente não quis comprometer-se com prazos, para evitar constrangimentos. A nota oficial do partido que marca o rompimento abre a possibilidade de a exigência ser maleável: "Os filiados deverão garantir as condições necessárias para que os programas e as políticas públicas não sofram interrupções".

O próprio Bianchini adiantou que irá pedir para o partido permitir que ele permaneça como secretário até o dia 18. "Aca­­­­bamos de lançar o programa Para­­­ná Livre da Aftosa. Teremos um grande encontro com mais de duas mil pessoas no dia 18. Vamos de­­­fen­­­der nossa permanência até essa data."

Reaproximação

Embora o partido tenha anunciado a saída do governo, Verri fez questão de frisar que a possibilidade de uma aliança com o PMDB na eleição continua aberta. "Com o (Orlando) Pessuti haverá uma nova política para discutir alianças", disse.

Porém, essa possibilidade não foi bem recebida pelos governistas. O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que o rompimento já era esperado diante do que aconteceu, mas considera que, saindo do governo, o PT também se afasta do PMDB.

O deputado Antonio Anibelli (PMDB) acusou os petistas de abandonar o barco no fim de governo porque o PDT, do senador Osmar Dias, acena com nova perspectiva de poder.

Quem também não gostou do racha PT-PMDB foi o presidente estadual do PDT, Augustinho Zucchi, que avalia prejuízos na construção da aliança para dar apoio ao senador Osmar Dias na disputa pelo governo.

O PT, segundo Zucchi, teve a incumbência por parte do presidente Lula de atrair os partidos da base aliada do presidente para a campanha, o que incluiria o PMDB. "Mas, em vez disso, o PT afasta o principal partido. Isso não beneficia a construção da nossa aliança", disse Zucchi.

Até os tucanos entraram na discussão. O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, desafiou o PT a investigar as denúncias de Requião contra o ministro e ironizou a decisão do partido. "Acho muito feio se afastar do governo no último dia." Nos bastidores, a atitude de Rossoni, ao referendar a denúncia de Requião, foi interpretada como um gesto para aproximar PSDB e PMDB em torno do nome de Beto Richa ao governo.

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