O secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, (PSDB), apresentou ontem na Assembleia Legislativa do Paraná o balanço das contas do governo referentes ao período entre maio e agosto. Hauly confirmou um superávit de R$ 2,28 bilhões no ano de 2011, conforme havia sido antecipado pela Gazeta do Povo na edição de ontem. A oposição acusou o governo de, ao economizar dinheiro, de estar adiando investimentos para fazê-los em 2012, ano eleitoral.

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O superávit é o valor das receitas menos o das despesas antes do pagamento de juros da dívida. De acordo com o balanço, o governo economizou entre janeiro e agosto 19% a mais do que em 2010, mas os investimentos realizados totalizaram apenas 13% do orçado para o ano (R$ 2,33 bilhões).

Segundo Hauly, a redução de despesas, a melhora da receita tributária e renegociações de dívidas fizeram o governo atingir um desempenho melhor do que o do governo anterior. Para o secretário, os investimentos não foram os esperados em razão da herança de gastos do governo anterior. "O governo está começando a deslanchar. Até dezembro boa parte do orçado estará empenhado", acredita.

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Hauly disse ainda que a meta agora é adequar os gastos gerais do estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) com folha de pagamento para os limites previstos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A lei estabelece que o limite de gastos com pessoal é de 60%. Mas, atualmente, a despesa está em 62%. "Desde 2006, o governo gasta mais do que a lei permite, mas maquiava os números", disse Hauly, criticando as gestões de Roberto Requião e Orlando Pessuti.

Oposição contesta

O líder da oposição na Assembleia, Ênio Verri (PT), contestou o balanço do governo em pelo menos três pontos. Para o petista o governo deixa de arrecadar tributos porque a fiscalização é falha, especialmente em relação às grandes empresas. Verri também insinuou que o governo tem feito cortes em investimentos como manutenção de rodovias e compra de medicamentos, pois estaria fazendo caixa para gastar no ano que vem em projetos de impacto eleitoral. "Será que não estamos fazendo economia na prestação de serviços à comunidade? O governo é contraditório quando reduz investimento em saúde e aumenta em publicidade", avalia.Verri também disse que o Paraná não estimula investimentos em pequenas cidades e concentra os gastos na capital e nos municípios maiores.

Para Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na Assembleia, não há redução de gastos do governo e nem "caixinha" visando as eleições. "Talvez a oposição esteja se mirando nos procedimentos do PT que, no ano passado, comprometeu toda a infraestrutura do país para turbinar a campanha eleitoral [da presidente Dilma Rousseff]", disse.