Enquanto tucanos e pefelistas comemoraram nesta quarta-feira os resultados da mais recente pesquisa do instituto Datafolha, que mostrou uma tendência para um segundo turno na eleição presidencial, o petista Jorge Viana, governador do Acre e coordenador da campanha na região Norte, disse que o PT já vem trabalhando com a possibilidade de o pleito não se decidir num só round.

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- O próprio Lula disse esses dias que temos consciência de que estamos saindo de uma crise muito grande. Temos que ter o pé no chão e trabalhar duro, já pensando no segundo turno - disse Viana.

Durante inauguração do comitê de Geraldo Alckmin em Brasília, o prefeito do Rio, Cesar Maia, que vinha fazendo muitas críticas à coordenação da campanha, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem muita gordura a perder. Segundo ele, o crescimento da candidatura da senadora Heloísa Helena, do PSOL, serve para tirar votos do presidente.

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- A campanha deve tirar muita gordura de Lula ainda. Quando o segundo turno estiver certo, a campanha do Lula vai desmontar - disse.

O presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, também aposta num segundo turno. De acordo com ele, na primeira fase da campanha está ocorrendo tudo como imaginado pela coligação que apóia Alckmin. Tasso disse que haverá uma segunda fase até o início do programa eleitoral na televisão, em agosto, para avançar mais na campanha.

Tasso disse que o maior desafio de Alckmin neste momento é se tornar conhecido, já que Lula é um candidato "largamente conhecido". Segundo o tucano, à medida que isso acontecer, Alckmin vai crescer nas pesquisas. Ele disse que nesse período, até o início do programa eleitoral, é preciso intensificar as viagens e fazer atos públicos para dar visibilidade à campanha.

- A pesquisa confirma a tendência de segundo turno. Terminamos a primeira fase da campanha como esperávamos. Daqui até o início da programa na TV vamos avançar e sair na frente no primeiro turno - disse.

Apesar de falar em "sair na frente no primeiro turno", Tasso disse em seguida que a expectativa é que Alckmin tire pelo menos a metade da diferença para Lula e chegue ao segundo turno com uns cinco pontos atrás. A partir daí, Alckmin tomaria a dianteira. Segundo ele, julho foi um mês neutro porque a campanha na televisão ainda não começou.

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- Por isso é importante consolidar o segundo turno - disse.

Tasso disse ainda que a pesquisa Datafolha mostra que Heloísa Helena conquistou um espaço importante e aposta que ela vai continuar crescendo, tirando votos de Lula.

- Heloísa conquistou um espaço que é dela, um espaço que era antes do PT, que perdeu seu discurso. Ela ainda vai crescer mais. O PT tinha um discurso de esquerda, inclusive que repudiava algumas práticas do capitalismo, e abandonou esse discurso -disse.