O PT decidiu neste domingo (25), em votação com ânimos acirrados e direito até a empurra-empurra, apoiar a candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). No entanto, o apoio será acompanhado de uma "sugestão" para que os socialistas rejeitem a participação do PSDB na coligação. Em Minas, o PSB faz parte da base de apoio do governador tucano Antonio Anastasia e a direção socialista já indicou que vai aceitar a exigência do PSDB, de participar formalmente da aliança e da coordenação de campanha.
A tese prevaleceu sobre a proposta de condicionar o apoio petista à exclusão dos tucanos da coligação com um placar apertado. Dos 479 delegados que votaram no processo, 255 (53%) optaram pela aliança incondicionalmente. Ao defender sua posição favorável à proposta vencedora, o ex-ministro Patrus Ananias lembrou que também é preciso "pensar no plano nacional, na posição da Dilma e do Lula". "Não quero o PSDB e minha posição é muito clara. (Mas) é possível avançar essa aliança com o PSB", afirmou. Os socialistas integram a base aliada do governo federal e o PT quer manter esse apoio para a disputa presidencial de 2014.
Um dos dirigentes do PT mineiro lembrou ainda que a decisão em Belo Horizonte também pesa para as negociações com o PSB em outras capitais, principalmente São Paulo, onde os petistas buscam o apoio socialista para a candidatura do ex-ministro Fernando Haddad. "Isso (troca de apoios) não é explícito, mas também é levado em conta", observou. Um dos principais defensores da candidatura própria do PT caso os tucanos sejam aceitos na aliança pelo PSB, o vice-prefeito Roberto Carvalho se mostrou decepcionado com o resultado e avaliou que, com a participação do PSDB, o maior problema será convencer a militância petista a aderir à campanha. "Tivemos 47% dos votos e o pessoal não vai participar", alertou.
Já o presidente do diretório mineiro do PT, o deputado federal Reginaldo Lopes, ressaltou que, apesar de não vetar, a proposta vencedora ontem também é contra uma coligação com a oposição ao Executivo federal. O texto aprovado pelos delegados "reitera a não participação nessa coligação de partidos políticos que se opõem ou venham a se opor ao governo da presidente Dilma Rousseff". "É um veto político, não um veto legal", disse.
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