Brasília (Folhapress) Em tom cada vez mais elevado de críticas à antiga direção do PT, o presidente nacional do partido, Tarso Genro, disse ontem que o PT era "quase uma extensão do governo" e que funcionava "como uma espécie de ministério sem pasta", tamanha a informalidade das ligações entre a sigla e o governo.
Ao deixar o Palácio do Planalto, onde se reuniu com o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais), Tarso prometeu, em tom de campanha, que a partir de agora as relações entre PT e governo federal serão feitas "por instâncias elevadas", de forma institucional e com formalidade.
"O partido tinha sido, pelo menos até há algum tempo, praticamente uma extensão do governo; funcionava como uma espécie de ministério sem pasta", disse.
Ao reprovar a influência que pessoas do partido tinham nas decisões de governo, anunciou: "A partir de agora, as relações serão feitas por instâncias elevadas do partido. Quanto à relação de grupo, de personalidade, de indivíduos, é por conta deste indivíduo; não estabelece mais nenhum compromisso do partido com o governo".
Tarso que deixou o Ministério da Educação há menos de um mês para assumir transitoriamente a presidência do partido concordou com a afirmação de que a atual crise política está vinculada à um excesso de intimidade entre o PT e o governo.
"Quanto mais informais são as relações entre instituições, menos elas são previsíveis e menos elas são conhecidas, tanto internamente de todo o governo como do próprio partido", disse.
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