Surpresos com o grau de tensão entre o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, e o vice Roberto Carvalho (PT), que defende candidatura própria, integrantes da direção nacional do PT temem que o impasse comprometa acordos entre petistas e socialistas em outras capitais importantes, especialmente Recife e Fortaleza. Embora diga que a decisão do diretório municipal será respeitada, o PT nacional trabalha pela manutenção da aliança na capital mineira, mesmo com a participação do PSDB na coligação, já definida por tucanos e pela direção do PSB. Com isso, evitaria problemas no apoio socialista aos candidatos petistas nas capitais do Ceará e de Pernambuco.
Nesta quinta-feira (1), durante reunião da executiva nacional do PT, o deputado José Guimarães (CE), vice-líder do governo na Câmara, manifestou claramente a preocupação com o futuro das alianças nas três capitais. "O PT tem que ter cuidado para a questão de Belo Horizonte não contaminar as capitais do Nordeste", disse Guimarães. O deputado defende que em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza a situação eleitoral seja decidida pelos dirigentes nacionais. "Em algumas capitais, temos que tratar nacionalmente com o PSB, senão pode interditar alianças locais. Os presidentes do PSB e do PT, Eduardo Campos e Rui Falcão, devem se sentar para discutir. Senão, temo que o processo seja longo demais para evitar eventuais rachaduras", alertou Guimarães. O deputado disse que a situação em Belo Horizonte, no momento, "é a que inspira mais cuidados".
Integrante da comissão petista encarregada de analisar a situação eleitoral de 2012 no Nordeste, Guimarães insistiu que, na região, "é preciso evitar uma guerra interna no PT para permitir a aliança com o PSB". "A palavra de ordem é evitar o isolamento", resumiu.
O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), outro defensor da manutenção da aliança com os socialistas em Belo Horizonte, também associou a decisão mineira à sucessão em Recife e em Fortaleza. A preocupação dos petistas é que, se o partido optar por candidatura própria em Belo Horizonte, o PSB dos governadores Cid Gomes, do Ceará, e Eduardo Campos, de Pernambuco, não se sinta comprometido com os candidatos do PT nas capitais. "O PSB é uma equação importante. Não vamos cobrar reciprocidade. (Mas) confiamos na maturidade dos partidos", declarou.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, procurou amenizar o problema na capital mineira e possíveis reflexos em outras candidaturas. Ele conversou com o vice Roberto Carvalho e tem encontro marcado com o prefeito Marcio Lacerda. O principal argumento de Carvalho pela candidatura própria é a entrada do PSDB na coligação pela reeleição de Lacerda. Em 2008, os tucanos apoiaram o prefeito, mas informalmente. Agora, deverão formalizar a aliança.
Falcão disse que vai sugerir ao prefeito que amplie sua base de apoio com partidos da aliança da presidente Dilma Rousseff, como o PMDB, mas disse que não pedirá a exclusão do PSDB da aliança. "Tenho opinião de que a base deve ser ampliada em outra direção, com o PMDB e outros partidos aliados da presidente Dilma. Vou propor que o prefeito convide o PMDB para o debate", disse Falcão.
Vargas também não vê problema na participação do PSDB na aliança desde que os tucanos não participem da chapa. "Como vamos apoiar alguém e dizer que ele não pode aceitar o apoio de outro alguém?", indagou. E aposta em "convencimento político e diálogo" para demover Carvalho da proposta de rachar com o PSB.
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