Na primeira reunião após a reeleição da Dilma Rousseff, integrantes do PT defenderam mais diálogo com a petista para a formação de seu novo mandato. Em reunião nesta segunda (3) em Brasília, a Executiva Nacional também decidiu preparar um grande ato para a posse da presidente no dia 1º de janeiro, para reforçar a ideia de que o partido conquistou uma vitória legítima nas urnas.No encontro, eles defenderam que o partido, prestes a completar um ciclo de 16 anos no governo, precisa retomar um discurso mais voltado à esquerda, além de se reformular para o eleitorado.
Petistas também explicitaram o desejo de interferir mais no governo. "Quando a gente fala em ampliar o diálogo, é também reforçar o papel do PT no governo. A presidente já deu ao nosso presidente [Rui Falcão] status maior para participar do governo. É só aprimorar e lubrificar um pouco mais os esforços", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Dilma será convidada para a reunião do Diretório Nacional do PT no fim do mês.Em meio à onda de protestos questionando a vitória apertada da presidente nas urnas, o PT determinou a criação de uma comissão para preparar um grande ato para a posse da reeleição.
Serão mobilizados especialmente os movimentos sociais, numa tentativa de reeditar a posse do ex-presidente Lula em 2002. "Queremos fazer da posse uma grande festa popular, semelhante à de Lula em 2002. Tivemos uma vitória significativa, que teve a participação do PT, da juventude, das mulheres e dos que, embora não apoiando todas as nossas medidas, entenderam o que estava em jogo: avançar ou retroceder na linha do neoliberalismo que representava o candidato oponente", disse o presidente da sigla.
Falcão classificou de "factoide" o pedido do PSDB para uma auditoria especial no resultado das eleições e evitou atacar as manifestações contra a reeleição de Dilma."Numa democracia, os movimentos e a participação de setores da população, ainda que minoritários, é legitima. Mas nós também estamos conclamando nossa militância para atos em defesa da democracia e da reforma política."
Congresso
O PT também defendeu lançar um nome para a Presidência da Câmara, em contraposição a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pré-candidato. Os nomes e a data de anúncio da candidatura ainda serão definidos.
No encontro, o ministro Ricardo Berozini (Relações Institucionais) lembrou as dificuldades na relação com o novo Congresso, que se tornou mais pulverizado, com 28 partidos na Câmara.
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