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Membros históricos do Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas se rebelaram contra a articulação, nos bastidores, em Brasília, entre o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, o senador Fernando Collor (PTB) e o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para empurrar aliados 'colloridos' e 'calheiristas' no PT alagoano.

O objetivo é que tanto Collor quanto Calheiros possam, juntos, controlar o PT nas eleições de 2012 - com o aval da presidente Dilma Rousseff e atraindo o espólio eleitoral do ex-presidente Lula a Alagoas. Apesar da direção local do PT, o partido é controlado em Alagoas por Calheiros - que indica petistas locais a cargos do segundo escalão federal.

Em nota, a Democracia Socialista (DS) - uma das correntes do PT- não fala em nomes, mas a briga envolve o vice de Collor na disputa de 2010 ao Governo e o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Novaes (PRB), um dos mais poderosos puxadores de votos dos "colloridos".

Novaes era cotado a entrar no PT, mas, o acordo incluía a aprovação, em junho de 2012, do nome dele à Prefeitura de Maceió. Os petistas recusaram e chamam o vereador de "alienígena".

- São dinossauros sem votos, reage o presidente do PT, Joaquim Brito, ao se referir aos petistas que resistem ao nome do aliado de Collor. Brito defende a entrada de Galba Novaes na legenda.

Para evitar desgastes, Collor e Renan se dividiram. Nesta sexta-feira, o líder pemedebista filiou o secretário de Infraestrutura de Maceió, Mozart Amaral, no PMDB, que automaticamente assumiu a direção municipal. Amaral é aliado do prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), por sua vez, padrinho eleitoral do deputado federal João Lyra (PTB), aliado histórico de Collor.

Na última quarta-feira, em Brasília, com Dirceu, Collor e Renan acordaram colocar o filho de Galba Novaes, Galba Novaes Neto, para disputar a Câmara de Vereadores. Assim, Mozart Amaral pode ser vice de Galba, mas o PT fica nas mãos dos "colloridos" e "calheiristas".

Em carta, a DS alagoana chama o movimento de "grave erro":

- Por isto, chamamos a atenção de toda a militância política do PT Maceió para um surpreendente movimento de filiação em massa de personalidades políticas sem tradição no pensamento político da esquerda alagoana, com o objetivo de ceder a legenda para várias candidaturas às eleições de 2012, sob a alegação simplista de que compõem o campo de aliados nacionais.

- É lamentável que o debate tenha sido levado a público antes da definição das instâncias partidárias decisórias, com discursos despolitizados e exposição pública do partido e de aliados, pois o que está em questão não é a avaliação sobre nomes de personalidades políticas, diz a carta.

Mesmo assim, o acordo entre Renan e Collor deve ser fechado na próxima semana. E "comunicado" ao PT local.

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