O PT deve decidir nesta sexta-feira o nome do sucessor do tesoureiro João Vaccari Neto, preso na quarta-feira pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O nome mais cotado para substituir Vaccari é o do deputado estadual José Américo Dias, hoje secretário de comunicação do partido.
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Leia a matéria completaOntem, a chapa que venceu as eleições internas da legenda, a PMB, ficou reunida até a meia-note, sem conseguir bater o martelo sobre o nome do sucessor. O PT tem encontrado grande resistência a ocupar o posto entre seus dirigentes depois que Vaccari foi preso e as investigações avançaram para membros da família do petista, como sua mulher e filha.
A primeira ideia dos petistas foi arrumar um sucessor que tenha mandato parlamentar por causa do foro privilegiado. Mesmo assim, as pessoas consultadas rejeitaram a função.
O presidente do partido, Rui Falcão, passou a sugerir que o novo tesoureiro tenha um mandato-tampão até junho, quando haverá o congresso nacional da legenda e, assim, a escolha de um tesoureiro até o fim do mandato, em 2017.
A primeira opção de Rui Falcão foi pelo vice-presidente Alberto Cantalice, que rejeitou exatamente por afirmar que a família não aceitaria a nova função. Cantalice é da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), que teria prerrogativa para ocupar o cargo. Mas ainda não se encontrou um nome dentro da CNB para a vaga. Com isso, Falcão procurou José Américo, que integra sua própria tendência, o Novo Rumo. CNB, Novo Rumo e PT de Lutas e de Massa (PTLM) compõem a maioria do diretório nacional, ou seja, a chapa PMB.
Tanto Cantalice como Américo já estão na reunião do diretório nacional do PT, que acontece durante todo o dia na sede do partido, em São Paulo. Américo não negou que esteja analisando a possibilidade e brincou com os jornalistas:
— Vocês estão dando muita importância para uma mudança muito pequena.
A reunião teve início por volta das 10h e deve divulgar um documento de resoluções no qual fará uma defesa enfática do governo e reforçará as críticas ao que considera uma tentativa de criminalização do PT.
Nos últimos dez anos, dois dos quatro tesoureiros do PT acabaram presos: Delúbio Soares, no mensalão, e Vaccari, por acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O novo tesoureiro do PT terá que assinar a prestação de contas do partido, referente a 2014, com movimentações financeiras feitas por João Vaccari Neto, que se licenciou da função após ser preso na última quarta-feira. A prestação de contas tem que ser entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o próximo dia 30, em duas semanas.
O Diretório Nacional do PT, cujo caixa era administrado pelo PT, repassou à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, no ano passado, R$ 5,7 milhões oriundos de empresas investigadas na operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Do partido, saiu pouco mais de R$ 1 milhão doado pela Andrade Gutierrez; R$ 1,9 milhão da Odebrecht e R$ 2,8 milhões da Braskem.
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