A Executiva do PT se reúne nesta segunda-feira com as bancadas no Congresso, na sede nacional do partido, para discutir se fecham ou não questão sobre a reforma política. As bancadas estão rachadas, mas a cúpula da Executiva trabalha para aprovar a lista fechada de candidatos e o financiamento público de campanha. Na quinta-feira, será realizada uma nova reunião na qual o partido deve fechar questão sobre a matéria. Apesar da divisão nas bancadas, a expectativa é que o grupo que defende a reforma política saia vitorioso e consiga fechar questão pelo menos nos dois pontos considerados essenciais.
Em maio, o Diretório Nacional do PT assumiu o compromisso de ampliar o debate e orientou a bancada a priorizar a reforma política para aprová-la ainda este ano, de forma a permitir que as novas regras estejam em vigor já nas eleições 2008. Pela resolução do Diretório, o debate deve conter pontos como fidelidade partidária, financiamento público, fim das coligações em eleições proporcionais e voto em lista pré-ordenada. Sobre a lista, o Diretório estabeleceu que o fechamento de questão só se daria após discussão sobre as diferentes modalidades e o processo que o PT adotará para compor sua lista.
A reunião também obedece ao artigo 67 do Estatuto do PT, segundo o qual a Executiva e as bancadas devem sempre tomar decisões coletivas para assegurar a todos os parlamentares o acesso ao processo decisório e, conseqüentemente, obrigá-los a cumprir as deliberações. O artigo determina que o fechamento de questão decorra de uma decisão conjunta da Executiva e da bancada e seja aprovado por maioria absoluta de votos. Um dos pontos que sofre mais resistência é a lista fechada.
Um artigo publicado no site do PT defende o financiamento público integral e o voto em listas partidárias com o argumento de que os dois "constituem-se em binômio indissolúvel no debate da reforma política". Do contrário, "o financiamento público ficará inviabilizado, pois a disputa interna nos partidos pelos votos dos eleitores continuará", diz o texto.
"As listas fechadas fortalecem os partidos, o que é bom para um país como o Brasil com forte tendência ao personalismo político. E também é bom para o PT, partido socialista, que se organiza coletivamente em função dos interesses dos de baixo e de uma visão de mundo clara. Para um partido como o nosso, portanto, é pressuposto a luta pela diminuição da corrupção e da influência das grandes empresas sobre o processo eleitoral. Isso, por sua vez, pressupõe o financiamento público e o voto em listas partidárias", diz o artigo, assinado por militantes do PT.
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