A presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, disse não acreditar que o governador Roberto Requião deixe de cumprir seu compromisso de apoiar a candidata do presidente Lula à sucessão de 2010, Dilma Rousseff, para subir no palanque do principal adversário dos petistas, o governador de São Paulo, José Serra. Para Gleisi, a conversa entre Requião e Serra na quinta-feira e a presença do líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), nas festividades ao lado dos tucanos foi uma atitude para "forçar a barra" e criar um fato político para a imprensa.
A petista afirmou ainda que duvida de uma aliança entre o PSDB e o PMDB porque o governador sempre teve "lado definido" na política e teria descartado totalmente essa possibilidade. "O governador falou na minha frente que apoiaria a Dilma porque é nesse projeto que ele acreditava. Requião é um homem de palavra e demonstraria uma fragilidade dele voltar atrás", disse Gleisi, que ainda fala em trabalhar pela continuidade da aliança com o PMDB por ser o aliado preferencial do PT.
Para ela, nem mesmo o encontro nacional do PMDB que ocorre hoje contra a aliança nacional com os petistas, pode ser interpretado como um sinal de rompimento entre os dois partidos. Gleisi prefere classificar a mobilização como uma "tentativa" que o governador vai fazer para ser ouvido e respeitado pela direção nacional do PMDB no processo de discussão interna sobre alianças.
Os próprios peemedebistas, no entanto, garantem que a relação com o PT está estremecida. O governador estaria insatisfeito com o governo federal por não conseguir uma audiência com o presidente Lula e por não ver a solução prometida pelo Palácio do Planalto, há dois anos, para o problema da multa aplicada pela União ao governo estadual em função dos títulos precatórios adquiridos durante a privatização do Banestado.
No Paraná, o distanciamento é evidente. Na Assembleia Legislativa, o deputado estadual José Lemos (PT) faz papel de oposição ao governo do estado e os atritos entre o líder do governo e a direção do Partido dos Trabalhadores são frequentes. "A relação com o PT do Paraná está muito ruim, há dificuldades de relacionamento desde o ano passado. Espero que com a saída da Gleisi e a entrada do Ênio Verri tudo isso possa melhorar", disse Romanelli.
Verri foi eleito deputado estadual, mas pediu licença do cargo para fazer parte da equipe de Requião como secretário estadual do Planejamento. Ele disputa a eleição amanhã para a presidência estadual do PT como representante do Campo Majoritário, mesmo grupo de Gleisi Hoffmann. Favorito na eleição interna, Ênio Verri vai concorrer com o deputado estadual Tadeu Veneri e Alfeu Capelari.
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