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A executiva do PT do Paraná decidiu, em reunião na noite de segunda-feira (1º), determinar que os filiados deixem o governo de Roberto Requião (PMDB). Entre eles estão os secretários da Agricultura, Valter Bianchini, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto. Na mesma reunião, o partido optou por avançar nas conversas de aliança com o senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo, enviando-lhe um documento com diretrizes básicas de um programa de governo.

Apesar de reforçar que a participação no governo foi uma decisão correta e que há concordância com a maioria dos programas e políticas públicas, o PT justificou que o rompimento se deve às acusações feitas por Requião ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que pretendia fazer pagamento superfaturado para construção de um ramal ferroviário entre Guarapuava e Ipiranga. O ministro negou a acusação e disse que estudaria possível ação judicial.

"As dificuldades com o Requião são antigas, mas enquanto estava no campo político, com críticas ao Banco Central, aos juros, é normal, porque são partidos diferentes", disse o presidente regional do PT, deputado estadual Ênio Verri, que até recentemente era secretário de Estado do Planejamento. "Mas quando entra no ataque pessoal não tem como continuar mais." Ele afirmou que já conversou com o governador. "Foi um diálogo maduro e ficou acertado que continuamos como base do governo na Assembleia Legislativa", acentuou.

O secretário da Agricultura disse que tanto ele quanto a secretária de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior já haviam comunicado que deixariam o cargo no dia 31, coincidindo com a desincompatibilização de Requião. Agora Bianchini pretende fazer um acordo para que a antecipação não atrapalhe os projetos locais.

Osmar Dias

Verri disse que na reunião da executiva foi aprovado um documento entregue ao PDT com pontos que "distinguem um governo popular de um neoliberal". O apoio do partido à candidatura de Osmar Dias depende da aceitação desses itens, como a manutenção das estatais, investimento de 30% da receita em educação, amplo diálogo com os movimentos sociais e apoio à agricultura familiar e assentamentos.

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