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A crise de identidade que o Partido dos Trabalhadores (PT) passa, não está restrita apenas ao Diretório Nacional. No Paraná, os petistas do grupo majoritário Unidade na Luta também atravessam um período de divergências internas, provocadas por disputas para assumir o projeto estadual do partido nas eleições do próximo ano.

Ideologicamente tudo continua igual. A diferença é que agora há existência da disputa pelo poder ficou evidente na semana passada quando o deputado estadual Natálio Stica mencionou "República Independente de Londrina". A alusão seria uma menção direta ao deputado estadual André Vargas, presidente da executiva estadual; ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; e ao prefeito de Londrina, Nedson Micheleti, que tomam decisões divergentes dos interesses dos militantes de Curitiba.

O deputado estadual Ângelo Vanhoni afirma que não existe uma divisão ideológica dentro do PT, apenas pontos que não foram discutidos internamente para uma conclusão final. O comportamento da bancada petista na Assembléia Legislativa em relação ao governador Roberto Requião é o exemplo. Enquanto os londrinenses clamam pelo rompimento com o governo estadual, os curitibanos falam em composição.

Pelas palavras de Vanhoni, haveria uma listagem de motivos: recuperação das finanças do estado, as políticas sociais compensatórias adotadas e os investimentos em saúde e educação. "Ele vem fazendo um bom governo", defende o deputado, que no ano passado recebeu apoio irrestrito de Requião durante a campanha à prefeitura de Curitiba.

Também na esfera municipal, as divergências foram expostas durante a eleição da executiva municipal, em setembro. O ex-vereador Adenival Gomes terminou eleito após a união de diversas facções contra o candidato do grupo majoritário Unidade na Luta, o também ex-vereador Nilton Brandão.

As divergências internas foram acentuadas nos últimos 18 meses com as críticas ao modelo econômico adotado pelo ministro Antônio Palocci. Os militantes reclamam da necessidade do estabelecimento de uma política social agressiva e não apenas paliativa. "O Brasil precisa de uma política de acordo com a realidade econômica. Não podemos esperar que a lógica do mercado vá resolver o problema do brasileiro", opina Vanhoni.

Para André Vargas é preciso que o PT priorize o apoio ao governo Lula. "O PT não é um partido municipal ou estadual, ele é nacional", afirma o presidente da legenda. O deputado diz que a prioridade é trabalhar pela reeleição do presidente Lula, e que o PMDB deve ter candidato próprio às eleições. No último encontro, a direção estadual decidiu pelo lançamento da candidatura própria e até o momento, o nome indicado para concorrer é do senador Flávio Arns.

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