O Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná suspendeu do seu quadro de filiados nesta segunda-feira (26) o assessor especial da Casa Civil da Presidência da República (que está afastado da função) Eduardo Gaievski. O político, que foi prefeito de Realeza, Sudoeste do Paraná, entre 2005 a 2012, é investigado há três anos pelo fórum da cidade e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu (braço do Ministério Público) por um suposto crime de estupro. Ele teve a prisão preventiva decretada na última sexta-feira (23), mas ainda não foi preso.
A informação da suspensão do partido foi divulgada em nota pelo PT durante a manhã desta segunda. O relata que "a decisão ocorre para que sejam devidamente esclarecidas as circunstâncias e veracidade das acusações contra o ex-prefeito." A determinação é de "suspensão imediata (...) dos quadros do partido". Conforme o documento, a medida foi registrada no próprio estatuto do PT.
O processo corre em segredo de Justiça, mas a revista Veja divulgou, na última sexta-feira (23), alguns diálogos que, conforme a publicação, integram provas contidas na investigação. São citadas conversas nas quais supostas vítimas dizem terem sido obrigadas a manter relações sexuais com o então prefeito de Realeza.
Ele teria pago, por exemplo, entre R$ 150 e R$ 200 a uma menina de 14 anos nas três vezes em que supostamente levou-a para um motel. Outra garota, de 13 anos, diz que era buscada na porta do colégio pelo político. Consta ainda, na matéria, que uma jovem que atualmente tem 22 anos diz ter mantido relações com Gaievski em troca de um emprego na prefeitura.
"Gaievski não foi procurado em endereço de Brasília", diz advogado
Rafael Antonio Seben, um dos advogados de Gaievski, disse que estranhou o fato de seu cliente ser considerado foragido, já que não foi procurado em seu endereço atual, em Brasília. O defensor relatou ainda que não entende como a revista Veja teve acesso ao inquérito, pois os advogados de Gaievski não conseguiram, até esta manhã, acessar o conteúdo das investigações.
Seben disse que o ex-prefeito ligou para ele no sábado e solicitou que averiguasse o andamento da investigação. Gaievski teria dito neste dia que estava em viagem, mas o advogado não soube afirmar o motivo nem o destino do político. O defensor disse ainda não saber de mais informações a respeito da apuração do Gaeco e sobre a possibilidade de o assessor se entregar à polícia.
De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (SESP-PR), no entanto, a Polícia Civil do estado procurou sim Gaievski em seu apartamento em Brasília neste domingo (25), mas não o encontraram.
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