Atualizada na terça-feira, dia 05 de julho, às 18h45
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, e seu principal adversário, Geraldo Alckmin, divulgaram nesta quinta-feira o limite de gastos das respectivas campanhas. A campanha petista terá um teto de R$ 89 milhões, segundo informou o presidente do PT, Ricardo Berzoini, que espera gastar "bem menos" do que esse valor.
- Esse é o limite, não quer dizer que vai gastar. Eu diria que é a expectativa de arrecadar - disse Márcio Silva, advogado do PT.
Na eleição de 2002, foi fixado o teto de R$ 56 milhões, mas foram contabilizados gastos de R$ 34 milhões, informou Berzoini. Desta vez, não haverá relação financeira com partidos aliados, como ocorreu em 2002, mas o deputado admitiu o compartilhamento de materiais e instalações físicas.
Já a campanha presidencial tucana terá um limite de gastos de R$ 85 milhões. Segundo Alckmin, o valor corresponde apenas a uma estimativa, para "não ter problemas" no futuro.
- Isto é uma previsão para duas eleições, primeiro e segundo turnos. Isto é o teto, certamente o gasto será bem menor e a arrecadação será bem menor. Faremos uma campanha com o menor gasto possível, e rigorosamente cumprindo a legislação - disse o tucano, após participar de reunião do conselho político de campanha.
O tucano também disse que fará uma campanha humilde.
- Eu tenho pé no chão. Vou fazer a campanha toda com as sandálias da humildade. Pesquisa, a gente sempre tem que ter cuidado, porque pesquisa com tanta antecedência retrata mais um nível de exposição na mídia e um nível de conhecimento - disse.
O tesoureiro da campanha à reeleição do presidente Lula, o prefeito petista de Diadema José de Filippi Júnior, prometeu rigor e transparência com as contas da eleição deste ano.
- Não faremos caixa 2 - disse Filippi, em sua primeira entrevista coletiva após assumir o posto.
O tesoureiro Filippi, que responde a uma investigação do Ministério Público sobre a origem de recursos para pagamento de uma multa, se licenciou da prefeitura de Diadema na terça-feira para assumir a campanha. Ele se defendeu das acusações nesta quarta-feira.
Na eleição de 2002, a crise gerada no partido com a divulgação do esquema paralelo de financiamento do PT, que utilizava recursos do empresário Marcos Valério, derrubou o tesoureiro Delúbio Soares e outros dirigentes do partido.
Outros gastos
Acompanhada de um grupo de cerca de 30 militantes, e em meio aos gritos de "para combater o mensalão, é Heloisa Helena presidente da nação", a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL), após registrar sua candidatura no TSE, informou que estipulou o teto de R$ 5 milhões para sua campanha e criticou os adversários, que farão gastos bem mais robustos. Para conseguir os R$ 5 milhões, Heloisa Helena aposta no apoio dos fundadores de seu partido. Segundo ela, se cada uma das 500 mil pessoas que assinaram a ficha de criação do PSOL contribuírem com R$ 10, o partido conseguirá o dinheiro.
O candidato do PSC, José Maria Eimael, também fez o registro de sua candidatura no TSE, com teto de R$ 20 milhões e patrimônio declarado de R$ 1 milhão.
A campanha do jornalista Rui Costa Pimenta deve custar até R$ 100 mil, de acordo com o registrado pelo presidente do diretório regional do PCO no Distrito Federal, Expedito Carneiro de Mendonça. Expedito reconheceu que a situação do partido é "difícil" e "totalmente desigual" em relação a outros candidatos, uma vez que faltam recursos financeiros e o PCO não dispõe de tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV.
As regras das eleições de outubro deste ano serão muito semelhantes às válidas em 2002 e 2004, que tiveram campanhas marcadas pelo alto custo e por denúncias de uso indiscriminado de caixa dois. Em votação bastante dividida, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram em maio que alterações aprovadas pelo Congresso só valem se aprovadas um ano antes da eleição. Uma delas é a proposta de teto para os gastos de campanha, aprovada em abril pelo Congresso, que não será válida para as eleições deste ano. Cada partido anuncia o que pretende gastar com cada candidato.
Interatividade:
Você votaria em candidatos que já estiveram envolvidos em denúncias como por exemplo o "mensalão"?