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A diretora financeira da Itaipu Binacional, Gleisi Hoffmann, será a candidata ao Senado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de outubro. A escolha foi feita ontem em Curitiba através de prévias. Gleisi ganhou a disputa por 197 votos contra 42 votos da deputada federal Clair Flora Martins. A vitória significa o fortalecimento da ala majoritária do partido que dá sustentação ao presidente Lula.

Dos 500 filiados com direito a voto, 243 participaram da eleição. Foram registrados quatro votos nulos. A votação foi rápida e tranqüila depois que as duas candidatas apresentaram suas propostas.

A primeira a pedir o voto foi a deputada Clair, que vem defendendo mudanças urgentes na política econômica do governo. Afirmando ter o respaldo de 54% dos brasileiros que não concordam com o atual modelo, a candidata propôs a redução dos juros, a diminuição da carga tributária e do superávit primário.

Num discurso crítico, Clair comparou o desempenho do atual governo em relação ao anterior. Disse que o PT assumiu com uma dívida pública de R$ 654 bilhões e agora supera R$ 1 trilhão. Lembrou ainda que os bancos tiveram um aumento do lucro em 44% e o PIB em 2005 teve um crescimento de apenas 2,3% quando a média da América Latina foi de 4,4%. "Críticamos a política de FHC, mas retiramos R$ 93 milhões em 2005 para pagamento da dívida e só aplicamos R$ 5,8 milhões em investimentos", comparou. "Alguns companheiros foram picados pela mosca azul e o projeto de nação foi abandonado por um projeto de eleição", reprovou.

O discurso de Gleisi Hoffmann foi exatamente o contrário e exaltou todas as ações do governo Lula. Começou com um histórico sobre o PT e terminou enumerando obras e programas. "As pessoas que criticam a política econômica desprezam a história e os avanços porque política econômica não se restringe a juros", disse.

Como argumento para contrapor as críticas, Gleisi disse que a inflação está sob controle, o salário mínimo teve um aumento real, a economia está saudável e a renda de 40% da população nunca foi tão alta. A candidata disse ainda que o preço do arroz, do feijão e da cesta básica baixou e garantiu mais comida na mesa do brasileiro.

Gleisi admitiu que algumas pessoas do PT cometeram erros, mas ponderou que a maioria é formada por homens de bem e conclamou os presentes para defender o partido, que está acima dos problemas enfrentados no momento. "Que os erros individuais sirvam de exemplo".

O presidente estadual do PT, André Vargas, disse que a vitória de Gleisi mostra que o partido, além de reconhecer as qualidades da candidata, defende a política do governo Lula. O nome dela já teria o apoio de empresários e universidades. "É uma figura política que tem muita liderança e não depende de nenhum lastro", disse.

Para Vargas, o partido sai unificado para trabalhar para Gleisi e pelo candidato a governador, senador Flávio Arns. O mote da campanha será mostrar os resultados do governo Lula.

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