Discurso de candidato
Aécio ataca PT e pede ajuda para subir a rampa do Planalto
Folhapress
Em sua primeira declaração mais incisiva como pré-candidato à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu a uma plateia de tucanos, em Campinas, ajuda para vencer as eleições de 2014. "Me façam vencer as eleições em São Paulo que eu venço as eleições no Brasil", disse Aécio em discurso na noite de sexta-feira, em um palanque tomado por prefeitos, vereadores e políticos do interior paulista. "Juntos, vamos subir a rampa do Palácio do Planalto", completou. Com ataques duros aos petistas, o tucano disse que "para o bem do próprio PT está na hora de eles fazerem um longo estágio na oposição". As críticas à legenda adversária deram o tom do evento. O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman disse que o PSDB irá "trabalhar para retirar essa canalha que está na Presidência". Em seguida, afirmou que não se referia a uma pessoa, mas à sigla. Carlos Sampaio, líder tucano na Câmara dos Deputados, afirmou que "o Brasil tem saudades do PSDB" e que "bandidos surrupiaram o dinheiro público", sobre os petistas presos no mensalão. "Não tenho felicidade com a desgraça alheia, mas me traz felicidade saber que quem desvia dinheiro público vai preso e não vai desviar de novo", disse o parlamentar.
Além do ex-presidente Lula, pelo menos seis petistas já estão escalados para trabalhar na linha de frente do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. O PT quer entrar 2014 com uma equipe já organizada, a despeito de algumas divergências internas. Está dominando os dias de Dilma uma intensa agenda de reuniões para articular os eixos da campanha e acelerar a costura de alianças com outros partidos para garantir minutos a mais de propaganda eleitoral.
No grupo que formará o núcleo central da campanha, o presidente do PT, Rui Falcão, ocupará o cargo de coordenador-geral, sob orientação de Lula. A principal tarefa de Falcão, no momento, é tentar domar os petistas nos estados em torno do projeto de reeleição muitas vezes em prejuízo de projetos próprios desses petistas. Falcão é também peça-chave para pacificar os ânimos no partido neste momento que antecede o troca-troca de ministros, com a ampliação do espaço dos partidos aliados.
Edinho Silva, ex-presidente do PT paulista, deverá cuidar da agenda da presidente. Considerado homem de confiança de Lula e de Falcão, Edinho tem perfil conciliador, já que até com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem se dado bem.
Franklin Martins, que foi ministro das Comunicações no governo Lula, também deverá ocupar posto de destaque na campanha, embora trombando com o marqueteiro João Santana por diferenças na condução da política de comunicação do governo.
A presidente ainda irá escolher entre dois assessores aquele que será a ponte entre ela e o governo durante a campanha: Mercadante ou o secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas. Um deles ficará com a Casa Civil, ocupando o lugar de Gleisi Hoffmann, que sairá para disputar o governo do Paraná. O outro irá para a campanha.
Gabas é amigo de Dilma. Um episódio recente revelou a proximidade entre os dois: foi ele quem levou Dilma para um passeio secreto de moto por Brasília em sua Harley-Davidson.
Já Mercadante, político mais experiente na articulação política, tem mostrado disciplina para conquistar a Casa Civil, embora ainda seja visto com ressalvas por muitos aliados, pelo estilo mais agressivo.
Por fim, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também deverá participar do staff para a reeleição. Cardozo é o único sobrevivente do núcleo político da campanha de eleição de Dilma, em 2010. Integrava o grupo que ficou conhecido como "os três porquinhos", junto a José Eduardo Dutra e Antonio Palocci.
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