
O Partido dos Trabalhadores (PT) que já chegou a comandar as principais prefeituras do interior do Paraná no inicio dos anos 2000 aparece mal-posicionado na primeira rodada de pesquisas Ibope/RPC/Gazeta do Povo, divulgada na semana passada. Os candidatos da legenda não lideram a intenção de voto em nenhuma das sete cidades em que as consultas foram realizadas. Mais do que isso: à exceção de Gleisi Hoffmann, em Curitiba, que alcançou o patamar de 13% da preferência dos consultados, os demais políticos petistas figuram com 5% ou menos.
A presidente em exercício do diretório estadual do PT, deputada estadual Luciana Rafagnin, diz acreditar que é cedo para prognósticos sobre a posição dos petistas na corrida eleitoral em Curitiba, Londrina, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava e Paranavaí. "A nossa militância ainda não foi pra rua", lembra, destacando que, historicamente, o partido só avança na disputa quando consegue apresentar as propostas para os eleitores. Para ela, as pessoas ainda não associam os políticos conhecidos que se apresentaram como candidatos com a figura do concorrente à prefeitura.
O PT tem candidato a prefeito em 111 municípios paranaenses. Atualmente, 29 prefeituras são administradas pela legenda, mas a meta é conseguir eleger 60 prefeitos. Na mesma época em que esteve perto de ganhar a prefeitura de Curitiba, o partido chegou a ter uma participação significativa nas maiores cidades do interior do estado. Em 2000, petistas se elegeram em Londrina, Maringá e Ponta Grossa. Só em Londrina o PT voltou a vencer em 2004.
O professor de Sociologia Marco Rossi, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), recorda que o PT sofreu um desgaste profundo nas cidades que administrou e penou com notícias vinculadas à corrupção. "Tem ainda a idéia de que traiu os ideais e também a rejeição histórica de vários eleitores", acrescenta. Alexandro Dantas Trindade, sociólogo e cientista político pela Universidade de Campinas (Unicamp), destaca que o PT perdeu prestígio ao frustrar expectativas que havia estimulado ao longo do tempo como partido de oposição. Além disso, ao não seguir diretrizes ideológicas históricas, a sigla perdeu força, pulverizando os votos daqueles que defendem políticas de esquerda.
Para o mestre em Ciência Política, Fabio Goiris, o Paraná é um estado conservador ambiente inóspito para o PT, apesar de alguns casos bem-sucedidos no passado. Além disso, uma crise ética, com reflexos internos e externos, teria afetado a imagem e a estrutura do partido.
Mesma onda
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) é a sigla com mais prefeitos no estado 197 dos 399. Mas não está em uma situação confortável em sete das principais corridas eleitorais do Paraná. A primeira rodada de pesquisas Ibope/RPC/Gazeta do Povo aponta liderança apenas em Paranavaí. Outros peemedebistas que aparecem com porcentuais de intenção de voto são Samis da Silva, em Foz do Iguaçu, com 34%, e Luiz Eduardo Cheida, em Londrina, com 7%. Nas demais cidades em que foram realizadas consultas não há candidato do PMDB ou ele não pontuou.
O presidente do diretório estadual do partido, deputado estadual Waldyr Pugliesi, admite que a legenda não vivencia um bom momento em algumas localidades. "É forçoso reconhecer que temos adversários em posição favorável e que alguns embates internos do PMDB chegam às raias do inconformismo", diz. Contudo, ele prevê muitas vitórias, especialmente em cidades de médio e pequeno porte. "Nossa meta é ampliar para 240 prefeituras", conta. E acrescenta que todos os esforços estão voltados para preparar uma base de aliados para as eleições de 2010.
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