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O governador eleito Rogério Rosso com a esposa, Karina Curi | Jocemar Gonçalves/Jornal de Brasília
O governador eleito Rogério Rosso com a esposa, Karina Curi| Foto: Jocemar Gonçalves/Jornal de Brasília

Perfil

Conciliador e muito bem casado

Aos 41 anos, Rogério Rosso assume hoje o governo do Distrito Federal exercitando um estilo de conciliador. Suplente de deputado federal, Rosso circula, nos bastidores, pelas principais alas da política de Brasília. No governo de Joaquim Roriz, foi secretário de Desenvolvimento e administrador regional. Presidiu a Companhia de Planejamento do DF na gestão do governador Arruda, que foi cassado por infidelidade partidária após a revelação do escândalo do "mensalão do DEM". Nascido no Rio de Janeiro, o novo governador é casado com Karina Curi, que pertence a uma das famílias mais ricas da cidade, dona de uma empresa revendedora de pneus.

Brasília - A vitória de um candidato do PMDB ao governo do Distrito Federal, no último sábado, abriu caminho para uma aliança com o PT em Brasília na eleição de outubro e, consequentemente, para a formação um palanque forte à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. A estratégia e a negociação do acordo passou pelo Planalto.

O advogado Rogério Rosso (PMDB) – que toma posse hoje como governador – venceu com o apoio "disfarçado" dos petistas na votação realizada pelos deputados distritais. Isso porque o PT viveu um dilema sábado pela manhã: fazer um acordo de última hora com o ex-governador Joaquim Roriz para tentar ganhar a eleição com o petista Antônio Ibãnez ou ser "coadjuvante" e deixar o PMDB ganhar a disputa. Prevaleceu a segunda opção.

O grupo de Roriz, sob a interlocução da deputada Eliana Pedrosa (DEM), fez uma proposta ao PT pouco antes da eleição, depois de perceber que o deputado e candidato Wilson Lima (PR) não tinha chances. Pela proposta da deputada, Lima abriria mão de sua candidatura em troca de ser indicado por Ibãnez, em caso de vitória, para uma vaga no Tribunal de Contas do DF.

Às 14 horas de sábado, uma hora antes da eleição, o PT bateu o martelo: não haveria como fechar acordo com Roriz, adversário histórico da legenda na cidade e um dos prováveis palanques da candidatura de José Serra ao Palácio do Planalto. O jeito era jogar a toalha, votar em Ibãnez, e entregar a vitória ao PMDB. Mesmo sem acordo, Eliana Pedrosa votou no PT. E, liberados, deputados que votariam em Wilson Lima correram para o lado de Rogério Rosso.

Ao recusar um acordo com Roriz, o PT sinalizou aos peemedebistas a possibilidade de uma composição para outubro: entregar a vaga de vice governador ou senador ao deputado federal Tadeu Filippelli (PMDB), principal articulador da campanha de Rogério Rosso. O PT já lançou Agnelo Queiroz como pré-candidato ao governo do DF.

Reunião

A estratégia começou a ser selada na sexta-feira numa reunião no Palácio do Planalto entre integrantes da cúpula do PT no DF e Swedenberger Barbosa, assessor especial da Presidência da República. No encontro, foi definido que, oficialmente, o governo não se manifestaria sobre as eleições do DF por causa de uma eventual intervenção que ainda será julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Mas houve um consenso de que, entre todos os cenários, era preciso avaliar o que a eleição indireta de sábado poderia influenciar nas eleições de outubro para o governo do DF e também ao Palácio do Planalto.

Rogério Rosso foi eleito com o compromisso de que não vai ser candidato em outubro. Ex-aliado e hoje adversário de Joaquim Roriz, Tadeu Filippelli busca uma chapa forte para derrotar o ex-governador, líder das recentes pesquisas de intenção de voto. Hoje, vê o PT como uma alternativa nesse sentido.

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