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O PT do Paraná decidiu, em reunião realizada ontem, formalizar a participação do partido no governo de Roberto Requião (PMDB). Os petistas foram convidados a ocupar os cargos de secretários de Estado da Agricultura (Válter Bianchini), Planejamento (Ênio Verri) e Trabalho (André Vargas).

A união entre Requião e o PT é conveniente aos dois lados. O governo do estado, tendo petistas em sua administração, obtém mais facilidades junto à União, com acesso a membros importantes da gestão do presidente Lula (PT), para liberação de recursos.

O presidente estadual do PT, deputado federal André Vargas, por exemplo, é íntimo do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Os dois são de Londrina. Na área do Trabalho ainda há a vantagem de Vargas ser próximo também do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e assim poderá trazer para o estado benefícios como o Programa Bolsa Família.

No setor agrícola a troca também é benéfica. Bianchini foi secretário Nacional da Agricultura Familiar e está por dentro do trâmites e tem os contatos para favorecer o Paraná, que quer dar ênfase aos pequenos agricultores. E na área do Planejamento, Verri foi secretário particular de Paulo Bernardo nos dois últimos anos, tendo assim afinidade com o assunto.

Na reunião de ontem, ambém foi discutida e aprovada a autonomia do partido para montar as equipes nas secretarias. Essa condição será levada ao governador. O PT quer que os três "secretariáveis" possam indicar desde o diretor-geral ao mais simples assessor.

O único a discordar dessa opinião no partido foi o senador Flávio Arns. Segundo ele, seria mais interessante ao PT apoiar Requião sem cargos na administração. "Isso faz com que o PT se encolha e não se apresente livremente. Deixa o partido frágil. A população vai questionar tais atitudes. Antes, PT e Requião eram brigados. Agora, são aliados", critica. (CCL)

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