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Em meio à crise entre os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, o PT ignorou o apelo do presidente Lula por trégua. O presidente do partido, Ricardo Berzoini, reforçou em entrevistas as críticas a Palocci.

- A proposta de ajuste fiscal maior é inadequada para o nível de execução orçamentária que criamos, em termos de política social - atacou.

Berzoini, que ficou ao lado de Dilma, embora tenha dito que não estava tomando partido, disse que o PT já pediu várias vezes uma aceleração na execução orçamentária. O presidente do partido disse ainda que não há viabilidade política na proposta de aumentar o superávit além da meta de 4,25% do PIB.

Fragilizado por críticas e denúncias de envolvimento de ex-assessores com irregularidades investigadas pelas CPIs, Palocci se reuniu com Lula, que reforçou os pedidos para que ele fique no cargo. Sem esconder a irritação, o ministro avisou que vai tirar quatro dias de folga para "reavaliar a vida" e decidir se deixa o governo.

Palocci e Dilma estiveram juntos, nesta sexta-feira, na reunião do Conselho de Administração da Petrobras, realizada no Ministério das Minas e Energia e, segundo informações, se trataram de forma bastante amistosa.

Mas as críticas da ministra da Casa Civil à proposta de uma política fiscal mais austera de médio e longo prazos apresentada pelo ministro do Planejamento e pela Fazenda irritaram Palocci profundamente, pois o ministro se sentiu enfraquecido por "fogo amigo" no momento em que sofre duros ataques da oposição em CPIs. Na entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Dilma disse que a proposta é "rudimentar" e o debate, "desqualificado".

O presidente do PT foi além: afirmou que não há viabilidade política para se levar adiante a proposta de manter o aumento do superávit primário acima da meta de 4,25% do PIB, lembrando que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já dissera que sua opinião é pelo percentual previsto no Orçamento.

Lula, segundo o "Jornal Nacional", se reuniu com os senadores Fernando Bezerra e Romero Jucá e teria defendido a política econômica do ministro Antonio Palocci.

- O presidente tem dito e reafirmou que a política de austeridade, a política de responsabilidade fiscal será mantida. Não vai ser feito nenhum tipo de gasto visando campanha eleitoral que comprometa a questão do equilíbrio fiscal e da política macroeconômica do governo - disse Jucá (PMDB-RR), vice-líder do Governo no Senado.

Mas Palocci continua extremamente irritado e, segundo assessores, ainda gostaria que o presidente Lula fizesse pessoalmente uma defesa pública da política econômica. Mas a conclusão no Palácio do Planalto é de que o presidente já fez o que tinha que ser feito para acabar com a crise entre Palocci e Dilma e que agora tudo não passa de intriga política.

Já a ministra negou que tenha aproveitado um jantar com a bancada do PMDB para fazer novas críticas ao ministro Palocci. Quem viu o presidente Lula e a ministra Dilma juntos, nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto, disse que o clima entre os dois é muito bom.

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